*conteúdo sensível: violência extrema
Na noite de 25 de dezembro, membros do grupo extremista islâmico Forças Democráticas Aliadas (ADF, da sigla em inglês) atacou um vilarejo no Oeste de Uganda. A mãe da cristã Audita e as dois sobrinhos foram assassinados no atentado.
Os extremistas amarraram as mãos delas nas costas e incendiaram a casa onde estavam até a morte. Audita encontrou os corpos carbonizados na manhã seguinte. “Tudo na casa se tornou cinzas. Não sobrou nada. Minha mãe foi completamente carbonizada. Fiquei sem palavras”, ela contou aos parceiros locais da Portas Abertas.
As Forças Democráticas Aliadas estavam ativas nas fronteiras da República Democrática Congo, mas começaram a avançar em países vizinhos, como Uganda, nos últimos anos. O grupo é associado ao Estado Islâmico e ameaça a liberdade religiosa em Uganda.
Três sepulturas foram abertas no quintal da cristã para o enterro da mãe e dos sobrinhos – Arinda Amon, de 5 anos, e Byamukama Mathias, um menino de 13 anos. No vilarejo de Kyabandara, não muito longe de onde a mãe e sobrinhos de Adita foram assassinados, algumas pessoas também foram forçadas a fugir, pois não se sentiam seguros.
Violência brutal
Jenesta Ayebate perdeu uma vizinha quando o mesmo grupo extremista atacou há algumas semanas. Eles vieram à noite. “Por volta das 10 horas da noite, os rebeldes nos atacaram e mataram algumas pessoas. Minha vizinha era líder da organização de mulheres. Eles a encontraram no local de trabalho e mutilaram-na e a outras quatro mulheres até a morte”, conta Jenesta.
Cenas como essas não são incomuns em Uganda. A brutalidade dos assassinatos preocupa a população local. Ao todo, dez pessoas foram mortas no assassinato no vilarejo de Kyabandara no dia 18 de dezembro de 2023. Uma semana depois, na noite de Natal, aconteceu o ataque à família de Audita.
Nos dois ataques, as vítimas não tinham feito qualquer tipo de provocação. Além disso, em ambos o grupo de radicais era composto de aproximadamente dez homens, que agiam como uma célula terrorista independente nas florestas de Uganda.
“Estamos todos traumatizados. Não conseguimos mais trabalhar em nossas fazendas porque temos muito medo de novos ataques. Agora, os animais selvagens podem destruir livremente nossas plantações. As pessoas estão com fome”, conclui Jenesta.
“As pessoas estão com medo de dormir em suas casas. Eles vão para o centro da cidade, onde são protegidos pelos soldados do exército”, disse Jackson, um líder cristão. O avanço do grupo extremista também preocupa o pastor Phillip Twebaze, cuja igreja foi ameaçada pelo ADF.
A maioria dos alvos são os cristãos e ameaçam a permanência e o crescimento da igreja de Cristo na região. Por favor, ore para que nossos irmãos na fé resistam em Cristo apesar da pressão e pelo trabalho de nossos parceiros locais que estão visitando os sobreviventes e os apoiam com orações e cuidados para as feridas físicas e emocionais.