O presidente norte-americano Joe Biden provou mais uma vez que não é verdadeiramente amigo de Israel. Soube-se hoje que a sua administração e vários parceiros árabes estarão preparando um plano detalhado para uma “paz compreensiva” entre Israel e os palestinianos que inclui uma “firme data limite” para um estado palestiniano. Esta traição de Biden provocou reacções e denúncias imediatas por parte de membros do governo de Jerusalém.
Segundo uma notícia do jornal “The Washington Post”, citando autoridades norte-americanas e árabes, um anúncio do esboço poderá surgir dentro das próximas semanas, embora a altura depende grandemente de Israel e o Hamas conseguirem concluir um acordo para uma pausa nos combates em Gaza.
O plano proposto inclui etapas que Israel já previamente recusou, incluindo a evacuação de muitos residentes de assentamentos na Margem Ocidental – Judeia e Samaria, – uma capital em Jerusalém oriental e um aparato combinado de segurança e de governo para a Margem Ocidental e Gaza.
O governo norte-americano e os seus amigos árabes esperam que as garantias de segurança e a normalização com estado árabes como a Arábia Saudita possam persuadir Israel a aceitar o plano. A haver um acordo de cessar fogo em Gaza, seriam dados passos para a concretização desse plano, incluindo a formação de um governo interino palestiniano que poderia também administrar Gaza.
Na semana passada a Arábia Saudita foi a anfitriã de um encontro regional com a presença de seis importantes ministros árabes, e cujo objectivo foi o de avançarem com uma visão política conjunta para a reabilitação da Faixa de Gaza e o estabelecimento de um estado palestiniano após o final do conflito. Os participantes da conferência concordaram em avançar com a proposta e vários esboços do planos já começaram a circular entre os vários países, embora não se conheça quase nada do seu conteúdo.
OPOSIÇÃO ISRAELITA
Estas notícias foram recebidas com veemente oposição pelas autoridades de Jerusalém, especialmente pelos ministros do actual governo contrários à constituição de um estado palestiniano.
“Jamais concordaremos em quaisquer circunstâncias com este plano que basicamente diz que os palestinianos merecem um prémio pelo terrível massacre que perpetraram contra nós: um estado palestiniano com capital em Jerusalém.”
Outros ministros israelitas já propuseram anular os “Acordos de Oslo” apadrinhados pelos norte-americanos em 1990 entre Israel e a Autoridade Palestiniana. O próprio primeiro-ministro Netanyahu tem muitas vezes manifestado a sua oposição a uma solução 2 estados.
“Enquanto estivermos neste governo, não será formado nenhum estado palestiniano” – afirmou o ministro de linha dura Ben Gvir, fazendo eco da opinião de outros ministros que acusaram Washington de estar a tentar “estabelecer um estado terrorista lado a lado com o estado de Israel.”
“Aqui em Israel, ainda estamos no rescaldo do massacre do 7 de Outubro” – afirmou o porta-voz do primeiro-ministro, acrescentando: “Esta não é a altura para falarmos sobre prendas para o povo palestiniano, ainda mais quando a Autoridade Palestiniana nem sequer condenou o massacre do 7 de Outubro.”
“Agora é tempo de vitória, vitória total sobre o Hamas. Todas as conversas sobre o dia após o Hamas terão lugar no dia depois do Hamas.”
Segundo o “The Washington Post”, os mentores deste plano são o Egipto, Jordânia, Qatar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e representantes palestinianos, para além dos Estados Unidos.