“Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.” Mateus 24:9
29 de agosto de 2019.
A cultura islâmica na sociedade egípcia causa discriminação e cria um ambiente em que o Estado é relutante em respeitar e reforçar os direitos fundamentais dos cristãos. Na esfera da família, os convertidos ao cristianismo enfrentam grande pressão para renunciar a fé. Além disso, direitos humanos básicos e pluralismo democrático não são uma prioridade para o governo, o que significa que a liberdade religiosa para os cristãos não é totalmente garantida.
O Egito ocupa a 16ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2019. O principal tipo de perseguição aos cristãos no Egito é a opressão islâmica, que opera de várias maneiras. Na cultura islâmica, os cristãos são considerados cidadãos de segunda classe, o que causa discriminação no ambiente político e no trato com o Estado. Os cristãos também enfrentam a opressão islâmica na vida cotidiana, na comunidade e trabalho.
Houve vários ataques violentos realizados por grupos militantes islâmicos contra cristãos no período de pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2019. Embora a ação desses grupos fosse grandemente concentrada na península do Sinai, o número de ataques realizados por eles em várias partes do país aumentou.
Sucessão de regimes autoritários
O Egito passou por três trocas de regime em três anos, entre 2011 e 2014. A tradição do autoritarismo parece ser a única característica permanente no sistema político do país, pois todos os governantes do Egito têm um estilo de governo autoritário. Em 2011, a longa ditadura do presidente Mubarak terminou sob massivos protestos sociais, que levaram a uma eleição controversa da Irmandade Muçulmana.
O governo liderado por Mohamed Morsi não se comportou democraticamente e também foi tirado por um movimento nacional apoiado pelo Exército, em 2013. Atualmente, o Egito tem um governo civil liderado pelo ex-chefe do Exército, Abdul Fatah al-Sisi, após a eleição presidencial em maio de 2014, sendo reeleito em março de 2018. Esse governo parece considerar os direitos humanos básicos e o pluralismo democrático como uma prioridade baixa diante dos enormes desafios econômicos, políticos, sociais e de segurança.
Embora apenas alguns considerem que haja uma diferença étnica entre os cristãos (coptas) e os muçulmanos (árabes), cristãos e muçulmanos parecem ser dois grupos diferentes.
Assim como em outros países árabes, o pensamento tribal influencia fortemente e pode levar à violência verbal de um contra o outro. O que acontece no Egito é que há muitos casos de violência por parte de uma multidão quando os cristãos tentam ganhar um certo benefício, como o reconhecimento oficial de uma igreja, por exemplo. A opressão islâmica e o antagonismo étnico operando em conjunto levam a um ambiente em que a minoria cristã tem que operar com muito cuidado.
Fonte: Portas Abertas.