A insinuação feita na segunda-feira (26) pelo presidente francês, Emmanuel Macron, de que aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) poderiam enviar tropas para a Ucrânia ainda está repercutindo entre as lideranças europeias e norte-americana.
Nesta quarta-feira (28), Berlim fez questão de deixar claro mais uma vez que não enviará tropas ao território ucraniano e que não pretende expandir o conflito.
“A OTAN não é e não se tornará parte no conflito. Esse continuará a ser o caso. Não queremos que a guerra da Rússia com a Ucrânia se transforme em uma guerra entre a Rússia e a OTAN. Estamos unidos a todos os nossos aliados nisso. Isso também significa: nenhum envolvimento alemão na guerra! E posso dizer sem rodeios, como chanceler federal, que não enviarei soldados das Forças Armadas alemãs para a Ucrânia!”, disse o chanceler Olaf Scholz em um vídeo postado sobre o assunto em sua conta no X (antigo Twitter).
Também hoje Washington se pronunciou novamente sobre o envio de tropas através do porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
Ao ser questionado por um correspondente da Sputnik sobre o assunto, Miller disse que “as outras nações decidirão o que desejam fazer. Mas em nome dos Estados Unidos, o presidente [Joe Biden] deixou claro que não haverá presença militar americana em solo“, afirmou.
Para a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, os aliados da França não entenderam nem apoiaram a ideia do presidente francês.
“Esta mesma declaração chocou seus aliados da OTAN. Logo, algumas horas depois, foi feita uma série de declarações pelas lideranças dos países da OTAN, […] desassociando-se dessa declaração de Macron. Que eles mesmos não planejam nada disso, não planejam enviar ninguém e entendem que isso já será uma história diferente“, afirmou.
Ontem (27) o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, disse que se as tropas forem enviadas, “teremos que falar não sobre a probabilidade, mas sobre a inevitabilidade de um confronto direto entre a Rússia e a OTAN”.