O presidente lituano Gitanas Nauseda apelou na quarta-feira (13) aos aliados da Ucrânia para pararem de “traçar linhas vermelhas” em termos do que estão dispostos a fazer para apoiar Kiev.
Enquanto discursava no Fórum de Defesa e Estratégia de Paris, Nauseda fez seus comentários baseados nas declarações do presidente francês Emmanuel Macron quando ele sugeriu o envio de tropas da OTAN para Ucrânia.
Macron recuou um pouco na posição alguns dias depois após a reação de seus aliados, mas em seguida disse que agora não era hora “de ser covarde na Europa”.
O líder da Lituânia disse que saúda o debate aberto pelo líder francês sobre o envio de tropas.
“Congratulei-me com a ideia de enviar missões ao território ucraniano e penso que deveríamos discuti-la. É claro que seria melhor se todos concordássemos unanimemente com a necessidade disso e avaliássemos muito bem a inteligência e outras informações que obtivemos”, disse Nauseda, de acordo com o portal Newsweek.
O presidente lituano sublinhou também que o receio de uma possível reação do Kremlin não deve ser fator determinante na tomada de uma decisão europeia comum.
“Se começarmos a dizer que ‘não, [o presidente russo] Vladimir Putin não vai gostar disto ou daquilo […]’ nunca tomaremos uma decisão. E foi por isso que ontem [12] disse ao presidente [Emmanuel Macron] e à mídia que temos que parar de traçar linhas vermelhas para nós mesmos“, acrescentou.
Ele enfatizou que, ao traçar linhas vermelhas, o Ocidente está apenas ajudando Putin “que está começando a pensar que somos previsíveis e manipuláveis”, complementou.
Não é a primeira vez que Nauseda faz comentários desse gênero, em janeiro do ano passado, ele disse que “linhas vermelhas devem ser cruzadas para fornecer caças e mísseis à Ucrânia”, segundo a emissora estatal LRT.
Moscou já deixou claro que qualquer carregamento que inclua armas destinadas a Kiev se tornará um alvo legítimo para as Forças Armadas russas no campo de batalha. Ao mesmo tempo, o presidente Vladimir Putin já alertou o Ocidente sobre as consequências de um envio de tropas para território ucraniano.