O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, aprovou o plano de entrada das Forças de Defesa de Israel (FDI) na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, informou seu gabinete na sexta-feira (15).
Apesar da certeza israelense, seu maior aliado, os Estados Unidos, têm expressado contrariedade aos planos de Tel Aviv.
A Casa Branca está considerando opções sobre como responder se Israel desafiar as repetidas advertências do presidente Joe Biden contra a operação “sem um plano crível para proteger os civis”, afirma a NBC News, após ouvir três funcionários do governo estadunidense.
“O presidente [Biden] tem emitido palavras e advertências cada vez mais fortes, mas acredito que para fazer cumprir eficazmente essas advertências a administração tem de usar […] outras ferramentas à sua disposição”, disse o senador Chris Van Hollen citado pela mídia.
A Casa Branca estabeleceu o prazo de 24 de março para os israelenses fornecerem garantias por escrito, seguida de revisão pelo governo dos EUA, de que o uso de armas norte-americanas está de acordo com o direito internacional.
O não cumprimento poderia forçar a questão do apoio militar e potencialmente empurrar a aliança de longa data para um novo território, relata a mídia.
Os EUA não condicionaram qualquer apoio militar a Israel, embora funcionários da administração Biden tenham considerado reter ou adiar a venda de algumas armas.
O nível de desconfiança e tensão entre os governos dos EUA e de Israel marca uma mudança extraordinária em relação ao abraço de urso que Biden e Netanyahu partilharam há cinco meses, pouco depois do ataque do Hamas em 7 de outubro.
Apesar da crítica norte-americana, vale lembrar que a Casa Branca não estabeleceu “linhas vermelhas” para Israel em sua operação no enclave, conforme dito por seus porta-vozes, ao mesmo tempo que Washington barrou todas as resoluções votadas nas Nações Unidas para cessar-fogo em Gaza.
Mais de 31 mil palestinos foram mortos e mais de 72 mil ficaram feridos em Gaza desde 7 de outubro. Do lado israelense, cerca de 1,1 mil pessoas morreram e outras 250 foram feitas reféns.