Cristãos de origem muçulmana são alvos recorrentes de violência em Bangladesh pela escolha de deixar o islã para seguir a Jesus. Até mesmo a própria comunidade do vilarejo onde vivem pode se tornar a fonte desse tipo de perseguição. Recentemente, uma família de cristãos foi agredida por um grupo de dez vizinhos e teve a casa saqueada em um vilarejo.
O ataque aconteceu quando a família ainda estava dormindo. Os radicais arrastaram os homens da casa, Shana Mia, de 55 anos, e Hanif Uddin, de 34 anos, e começaram a espancá-los com pedaços de pau e armas feitas por eles. Além de saquear a casa da família, os agressores quebraram tudo que encontraram.
Quando os radicais foram embora, pedestres que viram o ataque levaram Shania e Hanif para o hospital. Ambos continuam internados. Shana quebrou o pulso direito e Hanif ficou com cortes profundos na mão e com as costas esfoladas.
As mulheres e crianças conseguiram fugir dos agressores, mas ainda estão escondidas e a casa da família está desprotegida. A mãe de Hanif foi a única ferida, pois tentou proteger o marido e os filhos dos agressores, mas também conseguiu fugir. A família havia relatado para parceiros da Portas Abertas que estava sendo vigiada todos os dias.
Sob vigilância
“Eles ficaram observando para saber se alguém nos ajudaria. Quando um dos líderes da igreja que frequentamos foi à nossa casa, um vizinho o interrogou sobre o motivo pelo qual foi nos visitar”, disse Hanif. Desde que Shaha e a família se entregaram a Jesus em 2010, têm sido perseguidos, ofendidos e excluídos pelos vizinhos.
Shaha e Hanif têm uma fé fervorosa e deixaram claro que não abandonarão Jesus. Mas reconhecem que muitas vezes a perseguição se tornam insuportáveis. “Como ser humano, quanto tempo mais vamos aguentar esse comportamento? Algumas vezes me sinto triste e fico irado, mas não podemos fazer nada. Eles são a maioria”, disse Hanif.
“É muito difícil sobreviver e praticar a fé em Jesus aqui. Não sei como nos mantemos firmes na fé. Somos trabalhadores, dependemos do salário diário e servimos os muçulmanos. Se eles não nos chamam para trabalhar, não podemos sobreviver. A mão do meu pai está quebrada e eu não posso trabalhar. Não sei como conseguiremos comida para toda a família”, acrescentou Hanif.
Parceiros locais da Portas Abertas estão orando pela família. Eles também visitaram Shana e Hanif no hospital e os ajudaram com o tratamento de que precisam. Contamos com as orações da igreja brasileira pela família de Shana.