O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou nesta quarta-feira (17) que o país pode iniciar uma ofensiva no Líbano “da noite para o dia”, conforme relatado pelo The Times of Israel. A declaração voltou a acender o temor mundial de uma escalada do conflito no Oriente Médio.
A fala do ministro ocorreu durante encontro com reservistas da Brigada Oded, no norte do país. Segundo o jornal, Gallant destacou que a ofensiva seria inesperada e rápida, acrescentando que Israel está “se aproximando de uma encruzilhada na tomada de decisões”.
“Estamos conduzindo uma guerra limitada na região norte. Usamos uma pequena parte das Forças de Defesa de Israel [FDI], mas tudo pode mudar em um segundo, desde um grande golpe no sul até um grande golpe no norte, e será rápido, inesperado e muito intenso; isso também pode acontecer como resultado das ações do Hezbollah”, afirmou.
O ministro acrescentou que Israel já pode negociar com o movimento Hezbollah. “Se quiser negociar e chegar a uma situação em que se afaste da linha de fronteira para áreas além do rio Litani, conforme previsto na resolução das Nações Unidas, então chegaremos a um acordo com ele”, disse.
O rio Litani, que flui por mais de 140 quilômetros, do vale do Bekaa até o sul do Líbano, perto da cidade de Tiro, é uma fonte estratégica de água doce no país.
As tensões na fronteira entre Israel e Líbano se intensificaram desde as operações militares de Israel na Faixa de Gaza, em outubro de 2023.
O Exército israelense e combatentes do movimento Hezbollah bombardeiam diariamente as posições um do outro em áreas ao longo da fronteira.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Líbano, cerca de 100 mil pessoas já foram obrigadas a deixar suas casas no sul do país devido aos bombardeios de Israel. Do lado israelense, foram relatados mais de 80 mil residentes do norte de Israel em situação semelhante.
Nos últimos dias, autoridades militares israelenses informaram a eliminação de vários comandantes de alto escalão e operativos do Hezbollah em ataques aéreos na região. Cada eliminação por Israel provoca uma resposta do Hezbollah com bombardeios em massa no norte do país, lançando dezenas de foguetes e drones.
Em meados de junho, o comando militar israelense anunciou a aprovação de planos para ações militares avançarem no Líbano. Depois disso, o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, ameaçou destruir o Hezbollah e infligir sérios danos ao Líbano em caso de guerra em larga escala, acrescentando que Tel Aviv está perto de tomar uma decisão que mudará as regras no front norte.
Já o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou em 19 de junho que o movimento poderia invadir o norte de Israel em caso de escalada adicional.