Pelo menos dezoito pessoas morreram e mais de 4.000 ficaram feridas, cerca de 200 delas em estado grave, por causa da explosão em cadeia nesta terça-feira, 17, de vários pagers que estavam em posse de membros do grupo xiita libanês Hezbollah em diferentes pontos do Líbano, segundo informou o Ministério da Saúde Pública líbanês.
O chefe do departamento governamental, Firas Abiad, anunciou em coletiva de imprensa que entre os falecidos há uma criança menor de 8 anos e especificou que o número de feridos já ultrapassa os 4.000, a maioria dos quais sofreu danos no rosto, mãos ou abdômen.
Hospitais de todo o país receberam um grande número de vítimas por volta das 15h30 (horário local, 9h30 de Brasília), todas elas em consequência da detonação de uma série de dispositivos e entre elas mais de 200 pessoas que estão em estado crítico, detalhou o ministro na coletiva.
Por sua vez, o Hezbollah confirmou em comunicado a explosão de “uma série de dispositivos de mensagens conhecidos como ‘pagers’ que estavam na posse de vários trabalhadores em diferentes unidades e instituições” do grupo armado.
O movimento xiita afirmou ainda em sua nota que pelo menos dois dos seus membros morreram no incidente, embora neste momento a identidade da maioria das vítimas seja desconhecida.
O grupo xiita garantiu que seus especialistas estão realizando uma investigação “científica e de segurança” em grande escala para determinar as causas do ocorrido, ao mesmo tempo em que alertou contra a propagação de “rumores” e “informações falsas” que servem à “guerra psicológica” de Israel.
Acusações contra Israel
O Ministério das Relações Exteriores do Líbano e o grupo xiita libanês Hezbollah atribuíram individualmente a Israel a responsabilidade pela explosão massiva de pagers.
“Depois de examinar todos os fatos, dados atuais e informações disponíveis sobre o ataque maligno que ocorreu nesta tarde, consideramos o inimigo israelense totalmente responsável por essa agressão criminosa que também teve como alvo civis e matou várias pessoas”, anunciou o Hezbollah em comunicado.
O grupo armado prometeu em sua nota que o Estado judeu receberá uma punição “justa” pela ação.
Por sua parte, o governo libanês também atribuiu o incidente desta terça-feira a um “ataque cibernético israelense, no qual um grande número de microfones foi detonado”, e disse que está preparando uma denúncia ao Conselho de Segurança da ONU.
“Essa escalada israelense séria e deliberada coincide com as ameaças israelenses de expandir a guerra para o Líbano e sua postura intransigente que exige mais derramamento de sangue, destruição e sabotagem”, denunciou a pasta em comunicado.
O Hezbollah está envolvido em um intenso fogo cruzado com Israel há mais de 11 meses, nos piores confrontos entre as partes desde a guerra que travaram em 2006.
Fonte: Exame.