O que você faria se não pudesse mais cultuar ou ter comunhão com outros cristãos? No Brasil, há tantas oportunidades para viver o cristianismo em comunidade que muitas vezes não pensamos que poderia ser diferente. Entretanto, no Sul da Ásia, há outra realidade, com cristãos sendo obrigados a cultuar em segredo devido a ameaças, ataques e pressão da família e da comunidade. Isso acontece em países como Índia, Laos e Nepal, que apresentam níveis de perseguição extremo e severo, segundo a pesquisa da Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2024. A LMP é uma classificação anual que mostra os países onde é mais difícil seguir a Cristo.
Na Índia, quando uma igreja é atacada, muitas vezes, cristãos são agredidos. Isso resulta em cristãos mentalmente traumatizados e com medo de manter sua fé. Muitas vezes, não podem mais se reunir para orar e ter comunhão. Além disso, são ameaçados com violência e acusados falsamente de conversão religiosa forçada caso orem ou se reúnam para qualquer atividade cristã. É difícil para pastores se reunirem com cristãos, pois os líderes são monitorados.
Quando igrejas são fechadas, pastores que dependem de ofertas como fonte de renda perdem seu sustento. Assim, se torna difícil para o pastor e sua família sobreviverem e precisam achar novas formas de ganhar dinheiro, o que pode ser difícil caso a comunidade se volte contra eles. Além disso, o pastor e sua família ficam com medo de novos ataques. No Nepal, recém-convertidos e membros de igrejas protestantes enfrentam pressão de família, amigos, comunidade e autoridades locais. De tempos em tempos, grupos radicais hindus se aproveitam da instabilidade política do país para atacar cristãos e ficarem praticamente impunes. Há relatos de igrejas atacadas, agressões físicas a cristãos e prisões arbitrárias. Alguns cristãos também precisaram fugir de casa e dos vilarejos por causa das ameaças.
Ameaça real
No Laos, cristãos foram expulsos de suas comunidades, suas casas foram destruídas e suportaram muitas dificuldades por seguir a Jesus. A nível local, autoridades comunistas monitoram intensamente atividades religiosas em algumas partes do país. Nessas áreas, líderes de igrejas relatam casos de autoridades locais fecharem igrejas domésticas. Encontros cristãos devem ocorrer sem chamar atenção; tecnicamente, eles são ilegais.
Mesmo entre igrejas registradas, as ameaças são reais. Elas são monitoradas e estima-se que 75% de todas as igrejas evangélicas registradas no Laos devem cultuar em casas, o que as autoridades consideram ilegal. Isso acontece porque muitas igrejas domésticas não registradas se reúnem sob a autorização de uma igreja registrada nacionalmente. Mas, oficialmente, reuniões de adoração são permitidas apenas em prédios religiosos aprovados.
Convertidos do budismo ou animismo ao cristianismo carregam vulnerabilidades adicionais. Como eles são vistos como traidores de suas comunidades e como pessoas que iraram os espíritos, podem enfrentar pressão e violência da família e de autoridades locais. A família de um convertido pode ser vista como incômodo na comunidade local, que muitas vezes expulsa convertidos de suas casas e vilas.
Socorro para cristãos atingidos pela violência
A Portas Abertas oferece suporte prático e espiritual a cristãos no Sul da Ásia que são vítimas de pressão e violência. Sua doação garante ajuda emergencial para cristãos na região afetados pela perseguição violenta.