Moscou e Teerã estão expandindo seus laços, disse o presidente russo Vladimir Putin ao seu colega iraniano Masoud Pezeshkian na sexta-feira, enquanto Israel continua a avaliar um ataque militar de retaliação à República Islâmica.
“Trabalhamos ativamente juntos na arena internacional, e nossas avaliações dos eventos atuais no mundo costumam ser muito próximas”, disse Putin a Pezeshkian , de acordo com a agência de notícias TASS, quando os dois homens se encontraram na capital turcomena, Ashgabat.
Pezeshkian, de acordo com a IRNA, observou que o Irã e a Rússia tinham capacidades complementares significativas e podiam ajudar um ao outro. “Nossas posições no mundo são muito mais próximas uma da outra do que das outras”, ele foi citado dizendo ao líder russo.
Putin foi citado pela TASS dizendo a Pezeshkian que os laços econômicos entre Moscou e Teerã estavam aumentando. Teerã aprofundou sua cooperação com Moscou desde a invasão da Ucrânia pela Rússia há dois anos , particularmente com relação a armas militares, incluindo mísseis balísticos e drones armados.
A União Europeia planeja designar indivíduos ou organizações para sanções pela transferência iraniana de mísseis balísticos para a Rússia, disse uma alta autoridade da UE na sexta-feira.
“Também esperamos… na segunda-feira um primeiro pacote de designações no contexto da transferência de mísseis balísticos do Irã para a Rússia”, disse o oficial aos repórteres. Ele não forneceu imediatamente mais detalhes.
Irã critica Israel em meio à escalada de tensões regionais
Mais cedo no dia, Pezeshkian disse que Israel deveria “parar de matar pessoas inocentes”, e suas ações no Oriente Médio foram apoiadas pelos EUA e UE. A Rússia também criticou Israel, que diz estar protegendo sua própria segurança, por bombardear áreas civis.
O embaixador do Irã nas Nações Unidas em Nova York, Amir-Saeed Iravan, disse que Israel é “agora uma séria ameaça à paz e segurança internacionais. Seus contínuos atos agressivos de terror e atrocidades agora ameaçam mergulhar toda a região em uma guerra total.”
No Laos, o Secretário de Estado dos EUA Antony Blinken disse que o Irã representava uma ameaça global. O “chamado eixo de resistência liderado pelo Irã parece criar outras frentes em diferentes lugares. Estamos trabalhando muito duro por meio da dissuasão e da diplomacia para evitar que isso aconteça.”
Israel, no último ano, tem lutado contra o Irã e seus representantes em uma guerra multifronte cujo foco principal tem sido o Hamas em Gaza, o Hezbollah no Líbano e os Houthis no Iêmen. O Irã atacou Israel diretamente duas vezes, uma em abril e outra na semana passada.
O conflito IDF-Hezbollah aumentou no último mês, com Israel assassinando o líder do grupo, Hassan Nasrallah, e os principais comandantes. As tropas da IDF também entraram no sul do Líbano para empurrar o Hezbollah de volta da fronteira.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, deveria viajar para Washington esta semana para se encontrar com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, mas sua viagem foi cancelada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro falou com o presidente dos EUA, Joe Biden, inclusive sobre o potencial ataque retaliatório de Israel. A Casa Branca e o Pentágono disseram que tais conversas estão em andamento. Nenhuma nova data foi definida para Gallant viajar para Washington. O Gabinete de Segurança se reuniu na quinta-feira à noite para discutir o assunto, mas nenhuma decisão foi tomada.
