Numa entrevista recente à televisão estatal iraniana, Masoud Asadollahi, antigo vice-comandante da Força Quds do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, revelou detalhes das enormes explosões de dispositivos de pager que ocorreram no Líbano. Segundo ele, um lote desses dispositivos foi adquirido por uma empresa iraniana para as necessidades do Hezbollah, mas os pagers entregues foram minados e explodiram quase simultaneamente em diferentes partes do Líbano.
Asadollahi disse que o Hezbollah há muito sente a necessidade de atualizar seus dispositivos de comunicação desatualizados e encomendou cerca de 4 mil novos pagers por meio de intermediários de uma empresa iraniana. Como a organização não podia adquirir diretamente tais dispositivos, o pedido foi feito através de uma terceira empresa no Irã. Ela, por sua vez, recorreu a um fabricante conhecido, supostamente uma empresa taiwanesa, e comprou 5.000 pagers.
No entanto, segundo Asadollahi, o problema era que os dispositivos não foram devidamente testados antes de serem entregues ao Hezbollah. Ele observou que ninguém poderia imaginar que os pagers poderiam ser minados. Segundo ele, embora uma verificação mínima pudesse ter revelado pelo menos a presença de dispositivos de escuta, dispositivos de criptografia ou outros elementos perigosos nos mesmos, esses pagers foram transferidos sem quaisquer verificações adicionais.