A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou neste domingo, 13, que tanques israelenses romperam o portão de uma base de sua força de paz no sul do Líbano, na mais recente denúncia de violações por parte de Israel. O incidente ocorre em meio à escalada de tensões entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu que a ONU retirasse as tropas da Força Interina no Líbano (Unifil), argumentando que elas estariam sendo usadas como escudos humanos pelo Hezbollah, aliado do Irã. A declaração de Netanyahu foi seguida por relatos de novas violações israelenses, incluindo a invasão de dois tanques Merkava a uma base da ONU, segundo informou a própria força de paz.
A Unifil relatou que, após a retirada dos tanques, projéteis explodiram a 100 metros da instalação, liberando uma substância que gerou fumaça tóxica. Mesmo usando máscaras de gás, 15 funcionários da ONU precisaram de atendimento médico. A entidade não esclareceu a origem dos disparos nem identificou a substância liberada.
Além disso, a Unifil acusou Israel de bloquear um comboio logístico, prejudicando o movimento da força de paz. Em nota, a organização classificou a invasão como uma “grave violação do direito humanitário internacional” e da Resolução 1701 do Conselho de Segurança, que regula o cessar-fogo entre Israel e Líbano. “Solicitamos explicações das IDF (Forças de Defesa de Israel) sobre essas violações chocantes”, informou a ONU.
Tensões regionais
O governo israelense ainda não respondeu à denúncia. Netanyahu justificou o pedido de retirada da Unifil dizendo que a presença das tropas nas áreas de combate fortalece o Hezbollah, algo que, segundo ele, “as IDF tentaram evitar em várias ocasiões, sem sucesso”.
A tensão entre Israel e o Hezbollah vem aumentando desde o início deste mês, quando Israel iniciou uma incursão terrestre no Líbano. O conflito, que foi retomado há cerca de um ano, foi intensificado com o lançamento de foguetes pelo Hezbollah em apoio ao Hamas na guerra em Gaza.
Nos últimos dias, cinco soldados da Unifil ficaram feridos durante ataques, a maioria atribuída às forças israelenses. O Hezbollah, por sua vez, nega que utilize a proximidade com as tropas da ONU como proteção.
Fonte: Reuters.