Teerã enviou um aviso formal a vários países do Golfo e do Oriente Médio, declarando consequências severas caso eles ajudem os Estados Unidos em um possível conflito. O Irã teria notificado o Iraque, o Kuwait, os Emirados Árabes Unidos, o Catar, a Turquia e o Bahrein de que qualquer forma de apoio a Washington, incluindo o fornecimento de espaço aéreo para aeronaves americanas, será interpretado como um ato de agressão contra a República Islâmica. A liderança iraniana anunciou isso por meio de canais diplomáticos, enfatizando a seriedade de suas intenções.
A declaração do Irã ocorre em meio a tensões crescentes com os Estados Unidos devido às recentes ameaças de Washington de endurecer as sanções e possíveis planos de ação militar em resposta às ações de Teerã na região. A mensagem enfatiza que os países que decidirem cooperar com as forças americanas se tornarão automaticamente partes hostis ao Irã, o que pode levar a medidas retaliatórias, inclusive militares. Teerã deixou claro que não tolerará nem mesmo a participação indireta de seus vizinhos em um possível ataque, forçando-os a escolher entre a neutralidade e o risco de escalada.
A ação do Irã reflete sua estratégia de contenção que visa impedir a formação de uma coalizão anti-iraniana na região. Os estados em questão, muitos dos quais são aliados importantes dos EUA e abrigam bases militares norte-americanas, encontram-se no centro de um dilema geopolítico. Por exemplo, o Catar e o Bahrein têm servido há muito tempo como áreas de preparação para operações do Pentágono, e a Turquia, um membro da OTAN, coopera ativamente com Washington em questões militares. O Iraque, apesar de suas relações difíceis com os Estados Unidos, continua sendo um elo importante na logística regional.
A situação piorou em abril de 2025 depois que autoridades americanas acusaram o Irã de apoiar ataques a instalações petrolíferas da Arábia Saudita por grupos pró-iranianos. Em resposta, Washington começou a enviar forças adicionais para o Golfo Pérsico, incluindo um grupo de porta-aviões, o que provocou uma forte reação de Teerã. As autoridades iranianas, por sua vez, realizaram uma série de exercícios militares perto do Estreito de Ormuz, demonstrando sua prontidão para defender seus interesses e ameaçando bloquear uma rota importante para as exportações de petróleo.
Até agora, os atores regionais se abstiveram de comentários públicos, mas fontes diplomáticas relatam consultas tensas nas capitais dos países em questão. No Kuwait e nos Emirados Árabes Unidos, onde as economias dependem fortemente da estabilidade do Golfo, o alerta do Irã foi recebido com alarme, temendo as consequências econômicas de um conflito. A Turquia, que tem suas próprias ambições na região, declarou por meio de seu Ministério das Relações Exteriores que agiria somente em seus interesses nacionais, sem especificar sua posição sobre os pedidos americanos. O Iraque, dilacerado por contradições internas, encontra-se em uma posição particularmente vulnerável devido à presença de tropas americanas em seu território.