A liderança política israelita está não só admirada, como preocupada com a recente decisão do presidente norte-americano de negociar a “paz” com os houthis, dessa forma recebendo a confirmação do grupo terrorista de que não atacará navios norte-americanos, deixando Israel de lado, ou seja, abandonando Israel na sua luta contra o grupo iémenita. O primeiro-ministro israelita já afirmou entretanto que Israel irá “defender-se por si próprio” dos ataques dos houthis. E, como prova disso, Israel fez em algumas horas aquilo que os aviões norte-americanos não conseguiram em semanas. A aviação israelita destruiu o principal porto utilizado pelos houthis para receber fornecimentos do Irão, e passadas poucas horas destruiu praticamente a totalidade do aeroporto e dos aviões do grupo terrorista.
O impressionante ataque israelita ao aeroporto e à aviação dos houthis foi a pronta resposta ao míssil disparado pelo grupo contra o aeroporto de Tel Aviv, que os sistemas de defesa israelita falharam em interceptar, e que para além do stress causado levou a que várias companhias aéreas tenham suspendido os seus voos para Israel. O susto foi enorme, uma vez que o míssil caiu a uns 350 metros do terminal do aeroporto internacional, naquela altura repleto de passageiros. Encontrava-me pessoalmente em Israel nessa manhã, com um grupo de 17 peregrinos, mas essa situação não trouxe qualquer agravo para nós, uma vez que viajámos no regresso com a companhia aérea El Al, que nunca suspendeu os seus voos.
Como se não bastasse esta estranha e repentina atitude, Israel vê-se agora confrontado com a decisão de Donald Trump de visitar vários países do Médio Oriente, segundo parece para firmar um acordo com o Irão, passando por cima do aliado Israel, o país mais interessado na cooperação mútua entre os dois países visando a destruição do programa nuclear iraniano. Israel vê agora o “amigo” norte-americano a avançar com um acordo com o seu pior inimigo (Irão), deixando Israel à mercê dos ataques do regime iraniano.
A pergunta inquietante é: já que Trump irá nos próximos dias visitar o Médio Oriente, por que é que não vai a Israel? Será este um sinal do esfriamento das relações entre o líder norte-americano e o israelita?
Por outro lado, Israel interroga-se sobre a razão que leva Trump ao Qatar, um suposto aliado dos EUA, mas muito mais próximo do Irão e do Hamas? Como se sabe, o Qatar tem sido um dos principais financiadores do terrorismo islâmico, enviando inclusivamente grandes somas de financiamento a universidades norte-americanas para promoção das campanhas estudantis pró-intifada…
Os líderes israelitas estão preocupados com a possibilidade do imprevisível Trump fazer um acordo com Teerão que não obrigue ao término do programa nuclear, da construção de mísseis e da ameaça terrorista, permitindo assim ao regime dos ayatolás florescer na sua economia que permanecerá intacta.
Esperemos para ver no que vai dar a visita de Trump. Uma coisa é mais que certa e sabida: Israel terá de contar cada vez mais consigo só, e com Deus…