A Coreia do Norte criticou nesta segunda-feira (25) os planos dos Estados Unidos para construir um escudo antimísseis — batizado pelo presidente Donald Trump como “Domo de Ouro”. Segundo as autoridades norte-coreanas, a proposta indica um cenário de guerra nuclear.
Na semana passada, Trump anunciou que o Pentágono estava desenvolvendo o “Domo de Ouro”, em um investimento que pode chegar ao equivalente a R$ 1 trilhão. A estrutura teria tecnologia terrestre e espacial, capaz de destruir qualquer ameaça aos Estados Unidos.
O diretor do Pentágono, Pete Hegseth, acrescentou que o sistema deve proteger os EUA “de mísseis de cruzeiro, mísseis balísticos, mísseis hipersônicos, drones, sejam convencionais ou nucleares”.
Nesta segunda-feira, a Coreia do Norte afirmou que o plano é “o auge da presunção, arrogância, autoritarismo e arbitrariedade”, representando um “cenário de guerra nuclear no espaço sideral”.
Nos últimos dias, China e Rússia também fizeram críticas ao projeto. O governo chinês, por exemplo, afirmou que o plano americano aumenta o risco de transformar o espaço em uma zona de guerra, além de criar uma corrida armamentista espacial.
O ‘Domo de Ouro’
O novo plano de defesa dos Estados Unidos surge em meio à modernização dos arsenais militares de China e Rússia.
A última avaliação do Exército dos EUA sobre mísseis, feita em 2022, apontou que a tecnologia chinesa está se aproximando da americana em termos de mísseis balísticos e hipersônicos. Já a Rússia está modernizando seus sistemas de alcance intercontinental, além de aprimorar seus mísseis de precisão.
Com o Domo de Ouro, os Estados Unidos poderiam ter uma tecnologia capaz de:
- detectar e destruir mísseis antes do lançamento
- interceptá-los no estágio inicial do voo
- pará-los no meio do caminho no ar
- detê-los nos minutos finais enquanto descem em direção a um alvo
Segundo a agência de notícias Associated Press, uma fonte do governo americano relatou que, nos últimos meses, o Pentágono vem desenvolvendo opções para o projeto com base em um custo “médio, alto e extra alto”.
A diferença entre as três versões teria como base, em grande parte, a variação na quantidade de satélites e sensores, além de interceptadores espaciais, que seriam adquiridos pela primeira vez.
Especialistas do setor são céticos quanto aos planos dos Estados Unidos. Enquanto Trump diz que o escudo pode estar em funcionamento a partir de 2029, estudiosos enxergam resistências políticas e financeiras ao projeto.
Fonte: G1.