Em 19 de maio de 2025, o pastor Luis Guillermo B. Navarro e sua esposa, Roxana Rojas Betancourt, foram acusados de desacato e desobediência à autoridade durante um julgamento militar em Cuba. A audiência analisava uma acusação contra Kevin Lay L. Roja, o filho do casal, condenado por deserção de uma unidade militar.
Durante o julgamento, eles apresentaram laudos médicos que comprovavam a incapacidade psiquiátrica de Kevin para cumprir o serviço militar, documentos que já haviam sido entregues por ele próprio ao ser convocado. Aparentemente, após o tribunal rejeitar as provas, a família denunciou o ato como uma injustiça, afirmando que um dia o tribunal teria que responder à justiça de Deus.
Segundo divulgado pelo jornal Cibercuba, “o Ministério Público citou um suposto artigo alegando que ninguém poderia falar sobre Deus em um tribunal militar, muito menos sobre a justiça de Deus, já que, segundo o tribunal, são eles que fazem justiça”. Por essas razões, o pastor Luis e Roxana podem enfrentar até oito anos de prisão, conforme solicitado pelo Ministério Público.
Julgamento agendado
O pastor Luis Guillermo foi detido e levado a uma delegacia, onde ficou isolado e sem comunicação por cinco dias, enquanto Roxana foi enviada para casa devido a um problema cardíaco. Relatos da mídia afirmam que a cristã passou mal com a situação e foi levada ao hospital, onde passou a noite.
Embora o pastor Luis Guillermo tenha sido libertado, ele e a esposa foram convocados a comparecer a um julgamento militar em 9 de junho, quando suas sentenças serão determinadas. Seu filho, Kevin, também enfrenta uma acusação com pena de até quatro anos, segundo o portal Cibercuba.
Esse não é um caso isolado. Em 2020, o Diario Las Américas noticiou que Óscar Kendri Fial Echevarría, um jovem cristão, foi processado por se recusar a cumprir o serviço militar, alegando objeção de consciência por motivos religiosos. Desde 2022, a Portas Abertas tem documentado diversos casos de perseguição religiosa durante o serviço militar. Os relatórios indicam que alguns recrutas foram maltratados por expressarem ou defenderem suas crenças.
Maus-tratos a soldados cristãos
Isso mostra que a repressão nesses ambientes é mais comum do que se imagina. “Meu serviço militar foi extremamente difícil. Colocavam os cristãos em um pelotão separado e nos davam os piores trabalhos”, disse o líder cristão cubano Bladimir Navarro à agência internacional Telva.
Mas por que tantos cristãos rejeitam o serviço militar? “As autoridades miram os cristãos. Os militares permitem zombarias, abusos e brigas. Alguns jovens cometeram suicídio. Outros morreram. Há até pais que afirmam que seus filhos foram assassinados”, denuncia o pastor Miguel*, voluntário da Portas Abertas no país.
Segundo Miguel, quando um jovem cristão entra no serviço militar, enfrenta não apenas uma obrigação física, mas também uma batalha espiritual e psicológica constante. A pressão é tão intensa que muitos optam por fugir, correndo o risco de serem presos por insubordinação.
Por ora, a notícia da possível condenação dos pastores e de seu filho causou comoção na comunidade cristã. A situação desperta sentimentos de medo, impotência e dor. “Parece que ser cristão é um crime. É como se você não pudesse nem proteger seus filhos sem pagar um preço alto”, confessa Raúl*, pai cristão evangélico que fugiu do país com a família em 2022 para salvar seus filhos do serviço militar e buscar uma vida melhor.
*Nomes alterados por segurança.
Apoie líderes cristãos na América Latina
Centenas de pastores como Miguel precisam responder à perseguição biblicamente. Doe e permita que líderes cristãos na América Latina sejam treinados para resistir à hostilidade.
Pedidos de oração
- Ore para que o Senhor impeça que o pastor e sua família sejam condenados à prisão.
- Clame por proteção física, emocional e espiritual para os jovens cristãos forçados a servir no exército, especialmente os que sofrem abusos, discriminação ou violência por causa da fé em Cuba.
- Interceda por força e sabedoria para que os cristãos resistam à pressão e permaneçam firmes em suas convicções.