A igreja no Iraque e na Síria vem enfrentando perseguição há muitos anos e cada vez mais cristãos decidem deixar os países em busca de segurança e liberdade. Isso criou um cenário triste para quem fica: viver longe da família e ver a igreja diminuindo pouco a pouco.
Daniel, líder cristão no Iraque, sentiu na pele os impactos do êxodo da igreja em seu país. Em 2006, ele e sua família foram ameaçados por um grupo radical. “Nós encontramos uma bala de revólver embrulhada em um papel manchado de sangue no quintal de casa. No papel estava escrito: ‘Vocês têm 24 horas para irem embora ou serão mortos’. Naquele dia, era meu aniversário de 16 anos, mas em vez de comemorar com minha família, nós tivemos que arrumar nossas coisas e fugir o quanto antes”, conta.
Daniel cresceu em Bagdá e acompanhou de perto as tragédias que forçaram cristãos a fugir. “Desde 2003, muitas terras e propriedades de cristãos começaram a ser tomadas por grupos radicais. Em 2014, a situação piorou muito com a chegada do Estado Islâmico no Iraque”, diz. Dos 1,5 milhão de cristãos históricos que viviam no país durante os anos 1990, hoje, restam cerca de 200 mil. Muitos cristãos históricos no Iraque têm raízes que remontam aos tempos do Império Assírio. Eles são considerados uma das comunidades cristãs mais antigas e contínuas do mundo.
“Quando a região foi liberta, os cristãos que voltaram para suas casas as encontraram saqueadas e queimadas, além de igrejas totalmente destruídas. Isso, somado ao desemprego e à falta de educação de qualidade, foi motivo para deixarem de vez a região”, complementa o líder cristão.
A família de Daniel também deixou o país em 2016, incluindo suas irmãs e seus pais. “É muito difícil acordar todos os dias e não ter minha família por perto. Família é quem nos faz sentirmos seguros e acolhidos. Eu não os culpo por fugirem porque sei pelo que eles passaram. Cada pessoa tem uma capacidade de suportar as feridas e eles atingiram o limite. Eles foram procurar um lugar que os cure do que viveram aqui”, diz Daniel.
Apesar disso, o chamado do Senhor deu forças para que Daniel ficasse. Ele tem sido uma ferramenta valiosa nas mãos de Deus para encorajar os jovens cristãos a quem ministra.
Os cristãos no Iraque e na Síria não estão abandonados. As guerras geraram desemprego, destruição e incertezas, e mesmo que muitos tenham preferido procurar uma vida melhor em outro lugar, a esperança permanece. A Portas Abertas atua na região por meio de parceiros locais. Uma das iniciativas para ajudar nossos irmãos a reconstruírem suas vidas é apoio financeiro a pequenos negócios. Cerca de 1.200 cristãos se inscreveram em nosso projeto de geração de renda na Síria. De todas as inscrições, 300 foram selecionadas para uma entrevista e 56 receberam ajuda para começar ou impulsionar seus negócios. Essa é uma forma de fortalecer os cristãos da região para que permaneçam sendo sal e luz onde estão.
Contribua com o sustento dos cristãos perseguidos
Com seu apoio, os cristãos sírios e iraquianos têm acesso a programas que os ajudam a gerar renda e permanecer em seus países mesmo quando muitos escolhem sair. Faça sua doação e fortaleça nossos irmãos.