A Rússia disse nesta quinta-feira que não havia uma Guerra Fria com o Ocidente porque agora era um conflito “ardente”, e que a União Europeia e a aliança militar da Otan estavam mentindo sobre supostas operações de sabotagem de Moscou para justificar grandes gastos militares.
A guerra na Ucrânia, a mais mortal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, provocou o maior confronto entre a Rússia e o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba de 1962.
“Eu discordaria da comparação com a Guerra Fria”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, aos repórteres, ao ser questionada se estaria se formando uma nova Guerra Fria com uma espécie de “Cortina de Ferro” feita por drones na Europa.
“Já estamos em outra forma de conflito. Não há frio aqui há muito tempo; já há fogo aqui.”
Menos de dois meses desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, em uma cúpula no Alasca, a paz parece ainda mais distante com o avanço das forças russas na Ucrânia, drones russos supostamente voando no espaço aéreo da Otan e agora Washington falando em participação direta em ataques profundos contra a maior potência nuclear do mundo.
Zakharova, quando perguntada sobre as acusações europeias de que a Rússia teria invadido o espaço aéreo da Otan, realizado operações de sabotagem e hackeado instalações importantes, disse que as acusações infundadas mostravam que a UE e a Otan estavam preparando “provocações” contra Moscou.
“Todas as suas declarações indicam — primeiro, que estão preparando uma cadeia de provocações. Segundo, que eles precisam justificar seus orçamentos militares”, disse Zakharova.
O ex-presidente dos EUA Joe Biden, os líderes da Europa Ocidental e a Ucrânia classificaram a guerra da Ucrânia como uma apropriação de terras no estilo imperial e prometeram repetidamente derrotar as forças russas.
O presidente russo, Vladimir Putin, retrata a guerra como um momento decisivo nas relações de Moscou com o Ocidente, que, segundo ele, humilhou a Rússia após a queda da União Soviética em 1991, ampliando a Otan e invadindo o que ele considera a esfera de influência de Moscou, incluindo Ucrânia e Geórgia.
Fonte: Reuters.