O líder norte-coreano Kim Jong Un afirmou que Pyongyang designou “ativos estratégicos” para responder ao aumento das forças militares dos EUA na península coreana, publicou a agência estatal KCNA.
O que aconteceu
Kim relacionou diretamente o aumento das tropas americanas à resposta norte-coreana. “Na mesma proporção em que as forças dos EUA aumentam na Coreia, nosso interesse estratégico na região também cresce, e, por isso, alocamos ativos especiais para alvos-chave de interesse”, disse Kim durante uma exposição militar.
Líder norte-coreano também aproveitou o discurso para enviar um recado às potências rivais. “Acredito que nossos inimigos deveriam se preocupar com a direção em que o ambiente de segurança deles está evoluindo”, afirmou no evento, que antecede o 80º aniversário de fundação do Partido dos Trabalhadores da Coreia, no poder desde 1945.
Kim prometeu novas ações militares. Segundo ele, a Coreia do Norte “sem dúvida desenvolverá medidas militares adicionais” para responder ao reforço das forças americanas, embora não tenha detalhado quais seriam essas iniciativas.
Kim e Trump sinalizaram aproximação
Na segunda-feira (29), a KCNA afirmou que Kim estava aberto a um encontro com Trump. A mídia estatal norte-coreana frisou que o líder teve um vínculo pessoal com o presidente dos EUA durante seu primeiro mandato. “Ainda tenho boas lembranças de Trump”, disse Kim em uma sessão da Assembleia Popular Suprema em Pyongyang.
Em agosto, Trump também mencionou Kim. Durante sua visita a Washington em agosto, o presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, disse a Trump que esperava ansiosamente pelo momento em que Trump pudesse jogar uma partida de golfe com o líder norte-coreano. “Um dia eu o verei… Ele foi muito bom comigo”, respondeu o presidente americano.
Os dois se encontraram em Singapura em junho de 2018 para uma cúpula inédita. O encontro foi realizado após meses de uma retórica hostil, com comentários de Trump sobre “destruir totalmente” a Coreia do Norte e de que Kim era um “um homem-foguete em uma missão suicida”.
A reunião rendeu uma declaração não vinculativa de Pyongyang com o compromisso de “desnuclearização completa” da Península Coreana. Trump brincou dizendo que, depois daquele encontro, Kim lhe havia escrito “cartas lindas” e que “nós nos apaixonamos”.
A lua de mel, no entanto, não durou nem um ano. Uma reunião de acompanhamento em Hanói, no Vietnã, em fevereiro de 2019, foi interrompida quando ficou claro que não haveria nenhum acordo para que a Coreia do Norte abandonasse seu programa de armas nucleares.
Fonte: Reuters.