O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (8) que Israel e o grupo palestino Hamas assinaram o acordo de paz proposto pelos Estados Unidos.
Trump afirmou que Israel e Hamas concordaram com os termos da primeira fase do plano de paz. Segundo ele, todos os reféns mantidos pelo grupo terrorista desde 7 de outubro de 2023 na Faixa de Gaza serão libertados.
Após a informação ser divulgada pelo em uma rede social do presidente, o Hamas confirmou o acordo.
“O movimento Hamas anuncia que chegou a um acordo estipulando o fim da guerra na Faixa de Gaza, a retirada das tropas israelenses, a entrada de ajuda e a troca de prisioneiros”, disse o Hamas em um comunicado.
O movimento palestino também apelou a Trump, aos países garantidores do acordo e a vários partidos árabes, islâmicos e internacionais para “forçar o governo de ocupação israelense a cumprir integralmente o acordo”.
“Enfatizamos que os sacrifícios do nosso povo não serão em vão. Permaneceremos leais à nossa promessa e não renunciaremos aos direitos nacionais do nosso povo, incluindo liberdade, independência e autodeterminação”, acrescentou o Hamas.
Em seguida, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que convocaria uma reunião de gabinete amanhã (9) para ratificar um acordo de cessar-fogo em Gaza:
Hoje é um grande dia para Israel”, disse Netanyahu em um comunicado.
O plano de Trump prevê a libertação de todos os reféns israelenses, vivos e mortos, em até 72 horas após a aceitação pública do acordo por Israel.
O presidente americano também afirmou que Israel recuará as tropas que estão na Faixa de Gaza para uma linha acordada. Ainda não está claro onde os militares ficarão posicionados. Segundo Trump, a assinatura do acordo representa os primeiros passos em direção a uma paz duradoura.
No dia 29 de setembro, Trump revelou um plano de 20 pontos de cessar-fogo, que estipula que o Hamas e outros movimentos devem renunciar ao seu envolvimento na governança de Gaza, tanto direta quanto indiretamente. De acordo com a proposta, o enclave deverá ser governado por um “comitê palestino tecnocrático e apolítico”, supervisionado por um conselho internacional liderado por Trump.
Enquanto isso, a crise humanitária se agrava na Faixa de Gaza, com escassez de alimentos e combustível, especialmente após o bloqueio da rota sul-norte por Israel. Segundo Amjad Al-Shawa, da Rede de ONGs Palestinas, dezenas de milhares de crianças sofrem de desnutrição e idosos estão em risco. Autoridades de saúde confirmaram mortes e feridos em diversos ataques recentes.
Neste dia 7 de outubro, o conflito completou dois anos com mais de 67 mil palestinos mortos e 170 mil feridos, de acordo com as autoridades de saúde em Gaza.
Do lado israelense, são 1.665 mortos. Cerca de 250 pessoas foram sequestradas na ação.