Ricardo, um cristão de Cuba, se lembra com clareza do dia em que foi chamado pelos diretores da escola após ter iniciado um pequeno grupo de oração. Seus pais também foram chamados para a reunião e assistiram ao filho ser interrogado. Ricardo tinha apenas 17 anos de idade, estava nervoso e não sabia como suas respostas àquelas perguntas afetariam sua vida escolar.
“Quando me perguntaram se eu acreditava em Deus, o texto de Mateus 10.33 me veio à mente”, diz Ricardo. Para alguém que foi ensinado durante toda a vida que a fé era para “pessoas ignorantes”, sua conversão foi um choque, até para ele mesmo.
Isso aconteceu após Ricardo visitar um evento em uma igreja a convite de um amigo e presenciar o mover de Deus. Ricardo decidiu seguir a Jesus, sabendo que essa decisão teria um alto preço.
Diante dos diretores da escola e de seus pais, ele escolheu a fé. “Me lembrei que, se eu confessasse Jesus diante dos homens, ele me confessaria diante do Pai.” Para sua surpresa, Ricardo foi autorizado a continuar na escola, mas seguiu sendo vítima de ameaças e vigilância.
A história de Ricardo é comum e reflete as dificuldades de milhares de estudantes cristãos em Cuba. De acordo com Dagoberto Valdés Hernández, diretor do Centro de Estudos de Coexistência, essa hostilidade é baseada em ideologia. O sistema educacional é cuidadosamente montado para garantir a lealdade dos estudantes ao governo.
Fé que vai além das barreiras
“A perseguição não é apenas por confessar uma fé ou participar de uma igreja, mas por se comportar da maneira como os cristãos se comportam”, diz Hernández. Em outras palavras, cristãos que vivem sua fé publicamente em espaços acadêmicos ou culturais se tornam alvos.
Apesar dessas barreiras, a igreja está criando caminhos para o treinamento de cristãos. Hoje há espaços dedicados para formação em estudos bíblicos e teológicos que funcionam em igrejas domésticas e recebem aqueles que desejam conhecer mais sobre a palavra de Deus.
Os diplomas desses cursos não são reconhecidos oficialmente pelo governo cubano, mas o conhecimento bíblico e a preparação pastoral são a prova de que Deus capacita seus servos.
A Portas Abertas ajuda diretamente 20 pastores com seus treinamentos. Esse suporte vai além dos livros e materiais de estudos, incluindo também recursos para comida, medicamentos e outros itens de necessidade básica, permitindo que esses pastores se concentrem nos estudos e trabalhem para o crescimento e o fortalecimento do evangelho.
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