Hyo-Ok* tinha 19 anos quando fugiu da Coreia do Norte. Os pais dela eram cristãos secretos e passaram anos preparando-a para esse momento. Hyo-Ok não acreditava em Deus, mas sonhava com a liberdade que seus pais diziam existir.
Quando a jovem teve a oportunidade de fugir do país, sua mãe a abraçou e disse: “Dinheiro ou poder não importam, apenas a fé em Deus. Se você tiver qualquer problema, procure pela cruz”. Hyo-Ok fingiu concordar, mas não levou as palavras de sua mãe a sério. A jovem acreditava que tudo iria acontecer de acordo com o planejado, mas a realidade se mostrou bem diferente.
Quem levaria Hyo-Ok para fora do Coreia do Norte era um atravessador. Depois de atravessarem a fronteira e passarem pelas montanhas, o homem colocou a jovem em um taxi. Horas depois, o carro parou e Hyo-Ok foi entregue a um fazendeiro chinês. Aquele atravessador a havia vendido.
Hyo-Ok foi forçada a se casar com o fazendeiro. Com o tempo, suas mãos ficaram marcadas pelo trabalho duro e a família na fazenda a tratava com crueldade. Ela estava ilegal no país e não tinha para onde ir. Caso fosse pega pelas autoridades chinesas, Hyo-Ok seria deportada para a Coreia do Norte, onde provavelmente seria morta.
A busca pela cruz
Anos se passaram e a jovem se tornou mãe de uma menina. A partir daquele momento, escapar parecia impossível. Certo dia, a filha de Hyo-Ok ficou doente e precisou ser levada ao hospital, que ficava longe da fazenda.
Após a consulta médica, voltando para casa em um ônibus, Hyo-Ok olhou pela janela e viu uma placa com o nome de uma igreja. Aquilo chamou sua atenção. Dias depois, ela criou uma desculpa para ir à cidade e foi até o local com uma cruz na porta.
“Eu não fui à igreja para encontrar Jesus, queria apenas uma maneira de fugir da China”, conta Hyo-Ok. Porém, ao participar do culto, se converteu. Hyo-Ok começou a orar por sua liberdade e, após algum tempo, encontrou uma pessoa que a ajudou a escapar para outro país junto com sua filha.
Hoje, ambas estão seguras e livres. Infelizmente, histórias de venda para casamento como as de Hyo-Ok são comuns entre as mulheres norte-coreanas. Caso sejam deportadas para a Coreia do Norte, elas são presas e torturadas. Para as cristãs, a punição é ainda pior nos campos de trabalho forçado.
O poder da Bíblia
Jin-Sun*, uma de nossas parceiras de campo que trabalha com as mulheres refugiadas da região, oferecendo suporte financeiro, cuidado pastoral e estudos bíblicos, diz que “o que elas mais precisam é esperança. A esperança dá forças, conforto e uma perspectiva de vida”.
Os estudos bíblicos são fundamentais no processo de cura dessas mulheres. “Quando nos encontramos em locais isolados, nós louvamos ao Senhor, compartilhamos nossas lutas e vitórias, oramos juntas e mergulhamos na palavra de Deus”, diz Jin-Sun.
Dê uma Bíblia a uma cristã perseguida
Sua doação permite que a Portas Abertas distribua Bíblias aos cristãos perseguidos em seu idioma. Esse projeto faz toda a diferença em locais onde é praticamente impossível ter acesso à palavra de Deus.
*Nomes alterados por segurança.
