Um ataque realizado por forças paramilitares em El-Facher, importante cidade da região de Darfur, no Sudão, resultou na morte de mais de 460 civis em um hospital.
O incidente, denunciado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), marca mais um capítulo trágico no conflito que já vitimou mais de 150 mil pessoas no país africano.
O Conselho de Segurança da ONU emitiu um comunicado condenando o ataque e alertou sobre o crescente risco de atrocidades em larga escala, incluindo aquelas motivadas por questões étnicas.
A cidade de El-Facher era a última grande localidade na região de Darfur que ainda não estava sob o controle das Forças de Apoio Rápido (RSF).
Raízes do conflito
O confronto atual, iniciado em abril de 2023, opõe as forças armadas sudanesas, comandadas por Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo.
A disputa pelo poder emergiu após um golpe militar em 2021, que colocou os dois generais, hoje rivais, em posição de comando.
O conflito tem raízes históricas profundas, relacionadas a disputas étnicas entre árabes e não árabes no país.
A situação foi agravada pela desertificação do território, que intensificou a competição por recursos naturais entre grupos nômades árabes e agricultores sedentários de origem africana.
Interferência internacional
A guerra civil sudanesa também é marcada por significativa influência externa.
O antigo grupo Wagner, da Rússia, forneceu armas para ambos os lados do conflito em troca de recursos naturais, especialmente ouro.
Atualmente, cerca de 90% da produção aurífera sudanesa é direcionada para a Rússia.
A crise humanitária continua se agravando, com mais de 4 milhões de pessoas forçadas a deixar suas casas.
Relatos de violações em massa e limpeza étnica se multiplicam, principalmente nas áreas sob controle das forças paramilitares, que têm como alvo principalmente a população não árabe do país.
Fonte: CNN.
