A Portas Abertas contou parte da história de Alicia* no México. A menina de 12 anos foi perseguida juntamente com outras famílias cristãs em sua comunidade indígena. Eles perderam acesso à eletricidade, à água e às terras que cultivavam.
Em meio à intensa perseguição que enfrentava, a jovem Alicia, de 12 anos, encontrou refúgio e força na adoração. O quarto se tornou seu lugar secreto com Deus e, com seu violão, ela louvava ao Senhor. “No louvor, eu encontrei respostas. A música me ajuda a me comunicar com Deus. Eu estou sempre cantando para ele. Mesmo na minha mente ou enquanto faço minhas tarefas de casa”, afirma a adolescente.
Alicia aprendeu a tocar violão ainda na infância, após missionários visitarem sua comunidade para realizar atividades com crianças e compartilhar a mensagem de Jesus. Embora não fosse seu primeiro contato com Cristo, a experiência marcou um ponto decisivo em sua jornada espiritual, ensinando-a uma forma profunda e pessoal de se conectar com Deus.
A jovem também relatou ter tido visões em que Deus a encorajava a não temer. Segundo ela, as palavras divinas eram: “Eu estou aqui. Eu sou seu pai. Estou cuidando de você. Eu tenho um plano maior para você”. A Bíblia também se tornou uma fonte de fortaleza, com passagens como Josué 1.9 e as histórias de Daniel, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego.
No auge da perseguição, Alicia começou a escrever um diário de oração. “Eu escrevi para lembrar o que vivi e como Deus me ajudou a superar isso. Assim, quando tempos difíceis vierem de novo, poderei permanecer firme na fé e continuar em frente”, explica.
A música e a oração também se transformaram em uma “arma” de resistência para os cristãos da comunidade. Sem eletricidade, eles adoravam a Deus à luz de velas. “Nós cantávamos canções que expressavam como nos sentíamos e nos permitiam derramar nosso coração diante de Deus”, conta Alicia.
Força e restauração
Mesmo com a fuga de outras famílias, os pais de Alicia permaneceram na comunidade. Junto com os demais cristãos que ficaram, eles se uniram em jejum e oração por orientação. O esforço resultou em uma reviravolta: os líderes locais permitiram que a família ficasse na aldeia após o pagamento de uma multa. Aos poucos, seus direitos foram restaurados e os serviços básicos religados. Embora não tenha recuperado a terra, o pai de Alicia foi autorizado a trabalhar na propriedade de um vizinho.
Assim que a perseguição contra os cristãos indígenas começou, parceiros locais da Portas Abertas visitaram as famílias. Doze delas participaram de um treinamento focado em como responder à perseguição de forma bíblica. “Nós entendemos que Deus estava conosco. Não importava quanto tempo durasse a perseguição, ele providenciaria uma saída”, explica Flor*, mãe de Alicia.
Os ensinamentos enfatizaram a importância de orar e perdoar os inimigos, o que foi transformador para Flor. “Lentamente, meu coração começou a se curar e eu comecei a perdoar”, garante. Inspirada pelos pais, Alicia também passou a orar por aqueles que fizeram mal à sua família. “Eu orei para que eles percebessem que o que estavam fazendo era errado e para que Deus mostrasse a eles que ele é o único Deus”, revela a adolescente.
Além do apoio espiritual, a Portas Abertas ajudou as famílias cristãs da aldeia com um projeto de criação de ovelhas, um pequeno negócio que as auxiliará a pagar as dívidas e a depender menos da comunidade para o seu sustento.
Hoje, Alicia e os outros cristãos podem seguir a Jesus, mas ainda enfrentam sérias restrições. “Nós não podemos construir uma igreja ou falar abertamente sobre nossas crenças. Se tentarmos, eles podem tirar tudo de novo”, ela explica. Apesar disso, eles se reúnem em suas casas, adoram a Jesus e oram pela comunidade. “Eu espero que Deus toque o coração deles e mude seus costumes para que nos permitam seguir a Jesus livremente”, finaliza a adolescente.
*Nomes alterados por segurança.
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