Nem Pequim nem a comunidade internacional permitirão que o Japão volte ao caminho do militarismo ou ameace a ordem mundial estabelecida após a Segunda Guerra Mundial, disse a porta-voz da chancelaria chinesa, Mao Ning.
Segundo a diplomata, após o fim da Segunda Guerra Mundial, documentos internacionais como a Declaração do Cairo, a Declaração de Potsdam e o Ato de Rendição do Japão definiram claramente as obrigações do Japão como país derrotado, incluindo o desarmamento total e a proibição de manter setores capazes de rearmamento.
“O Japão afirma buscar um mundo livre de armas nucleares, mas fortalece significativamente a cooperação em dissuasão estendida e até tenta revisar os ‘Três Princípios Não Nucleares’ — que proíbem produzir, possuir ou introduzir armas nucleares — abrindo caminho para acordos de compartilhamento nuclear”, apontou.
Para Pequim, esse conjunto de ações indica que o Japão sai do âmbito de uma política puramente defensiva e acelera o processo de rearmamento.
“Pergunta-se inevitavelmente: quais são, afinal, as verdadeiras intenções do Japão? Se o Japão pretende retornar ao antigo caminho do militarismo, abandonar o desenvolvimento pacífico e minar a ordem mundial do pós-guerra, o povo chinês não permitirá isso, a comunidade internacional não permitirá isso — e tudo terminará em fracasso”, concluiu Mao Ning.
A reação ocorre após a agência Kyodo revelar, citando fontes governamentais, que o Japão exportou pela primeira vez para os Estados Unidos mísseis antiaéreos Patriot produzidos sob licença norte-americana e utilizados pela Força Aérea de Autodefesa do Japão. A remessa marca o primeiro envio de armamento acabado ao país licenciante desde a revisão das regras de exportação de defesa em 2023.
