O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, nesta terça-feira (25), que se precisar fazer as coisas do “jeito difícil” com a Venezuela, os EUA vão fazer.
A bordo do avião presidencial Air Force One, o republicano foi perguntado por que gostaria de conversar com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, mesmo o considerando chefe de uma organização terrorista.
“Se pudermos salvar vidas, se pudermos resolver as coisas do jeito fácil, seria bom. E se tivermos que fazer isso do jeito difícil, tudo bem, também”, respondeu Trump.
Contexto: o governo dos EUA incluiu oficialmente em sua lista de grupos terroristas o Cartel de los Soles, organização venezuelana que os EUA dizem ser chefiada por Maduro.
Ainda na coletiva, quando perguntado sobre qual o seu objetivo diante da escala de tensões com a Venezuela, Trump disse que não diria o objetivo porque todos sabem qual é e voltou a acusar o país de tráfico de drogas.
O site Axios, focado em política norte-americana, já havia afirmado que o presidente disse a aliados próximos que quer conversar diretamente por telefone com o líder da Maduro.
A informação foi divulgada no mesmo dia em que o governo dos Estados Unidos incluiu oficialmente em sua lista de grupos terroristas o Cartel de los Soles, organização venezuelana que levaria drogas ao país e que Washington ser chefiada por Maduro.
O telefonema ainda não teria uma data definida para ocorrer.
Tensões com Caracas
A Marinha dos EUA reforçou sua frota estacionada no Caribe, e vem conduzindo há meses bombardeios a embarcações supostamente usadas por traficantes de drogas na região.
“Ninguém está planejando entrar lá e atirar nele ou sequestrá-lo — neste momento. Eu não diria que nunca, mas esse não é o plano agora”, disse uma autoridade cuja identidade não foi revelada, ao Axios.
Desde o início da escalada, especula-se que os EUA possam tentar tirar Maduro do poder na Venezuela por meio de ação militar, incluindo uma possível invasão por terra.
“Temos operações secretas, mas elas não visam matar Maduro. Elas visam deter o narcotráfico”, disse ao site um funcionário da Casa Branca, segundo a reportagem. Mas “se Maduro sair, não derramaremos uma lágrima”.
A classificação do Cartel de los Soles como organização terrorista, segundo o presidente dos EUA, Donald Trump, daria aos EUA o poder de atacar alvos ligados a Maduro em território venezuelano. O presidente norte-americano já disse que não deve fazer isso, mas também afirmou que “todas as opções” estão sobre a mesa.
O governo venezuelano acusa Washington de querer forçar uma mudança de regime na Venezuela com a classificação, que Nicolás Maduro chamou de “ridícula” também nesta segunda (24).
Washington acusa ainda o Cartel de los Soles de trabalhar com a gangue venezuelana Tren de Aragua, também já designada como organização terrorista estrangeira pelos Estados Unidos, no envio de drogas aos EUA.
Maduro nega a acusação e a própria existência do Cartel de los Soles, que também é contestada por especialistas.
Desde setembro, os EUA aumentaram sua presença militar na área e enviaram oito navios de guerra, caças F-35 e o maior porta-aviões do mundo, Gerald Ford, que chegou a águas do Caribe na semana passada.
O governo Trump alega que a operação é voltada apenas a combater o narcotráfico na área. Desde o começo da ação, as forças americanas na região realizaram pelo menos 21 ataques contra supostos barcos de narcotráfico no Caribe e no Pacífico, matando 83 pessoas.
Fonte: G1.
