O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, fez um apelo nesta terça-feira (17) para que os países se comprometam mais no combate às mudanças climáticas, porque o mundo ?está perdendo o desafio? para evitar desastres no planeta.
O alerta foi feito durante entrevista no Palácio de Vidro, sede da ONU, alguns dias antes da abertura oficial da cúpula sobre o clima, que será realizada no próximo dia 24 de setembro.
Quero que a sociedade exerça pressão sobre os governos para que entendam que precisam avançar mais rápido, porque estamos perdendo a corrida, afirmou Guterres.
Firmado em 2015, o Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países com o objetivo de reduzir emissões de gases de efeito estufa. O compromisso é limitar o aumento da temperatura média do planeta a 2ºC em relação aos níveis pré-industriais e, se possível, a 1,5ºC.
Segundo o líder português, as metas de redução de gases de efeito estufa ainda não estão fora de alcance. “O que a ciência nos diz hoje é que essas metas ainda são alcançáveis”.
Guterres ressaltou também que a inatividade de alguns países importantes, incluindo os Estados Unidos, poderia ser pelo menos parcialmente compensada por ações em nível subnacional, por exemplo, com as promessas de reduzir as emissões de carbono de alguns estados norte-americanos, como Califórnia e Nova York.
“Acho que uma das melhores coisas da sociedade americana é o fato de ser um país federal, de que as decisões são descentralizadas, por isso sempre serei muito a favor de manter as decisões sobre as mudanças climáticas o mais descentralizadas possível”, disse.
Além disso, o secretário da ONU alertou que o não cumprimento das metas estabelecidas no acordo climático de Paris poderia levar a pontos sem retorno, como o degelo do permafrost da Terra, que aceleraria ainda mais o aquecimento, criando uma situação em que eventos climáticos extremos se tornariam a norma.
Hoje (18), durante seu discurso na assembleia geral em Nova York, Guterres disse que a ONU realizará cinco reuniões de alto-nível sobre temas importantes, incluindo as mudanças climáticas, e pediu mais cooperação internacional.
Fonte: ANSA.