Ao menos cinco caças do governo dos EUA sobrevoaram uma região próxima a Venezuela no fim da tarde de ontem, segundo dados de rastreamento aéreo da FlightRadar24. Enquanto isso, o presidente americano Donald Trump disse não descartar uma guerra com o país.
O que aconteceu
Dois aviões de combate e dois caças Boeing foram flagrados próximos ao local. As cinco aeronaves eram dos modelos Boeing EA-18G Growler e F/A-18E Super Hornet, e todas tinham registro nos Estados Unidos.
O primeiro avião militar aparece por volta das 15h no horário de Brasília. Em menos de uma hora, outros três também aparecem e passam a sobrevoar o Mar do Caribe, acima da Venezuela. O último chega às 20h.
Nenhum deles chegou a voar sobre o território venezuelano, mas estiveram a poucos quilômetros. Por volta das 20h30, ainda do horário de Brasília, todas as aeronaves se retiraram das proximidades, mostraram os registros da plataforma.
Trump afirmou ainda que não deixa de considerar a possibilidade de uma guerra com a Venezuela. A declaração foi dada hoje em entrevista exclusiva e por telefone ao jornal americano NBC News.
O republicano afirmou ainda que haverá novas apreensões de navios petroleiros, em meio ao bloqueio total aos que estão sob sanção. Questionado sobre uma data de previsão, ele respondeu: “Depende. Se eles forem tolos o suficiente para continuar navegando, vão acabar voltando para um dos nossos portos.”
O presidente se recusou a falar se a destituição de Nicolás Maduro é seu objetivo final. “Ele sabe exatamente o que eu quero”, respondeu Trump. “Ele sabe melhor do que ninguém.”
Escalada da tensão
á uma semana, EUA apreendeu uHm navio petroleiro na costa do país, dizendo que o setor “financia as atividades do regime de Maduro”. O embaixador da Venezuela na ONU classificou o ato como “roubo e pirataria”: “Apropriaram-se ilegalmente de um carregamento de petróleo venezuelano correspondente a uma operação comercial regular, legítima e ajustada plenamente ao direito internacional”.
Trump impôs um bloqueio aos petroleiros sancionados, mas ainda não está claro como isso será imposto na prática. Também não há detalhes se o governo americano usará a Guarda Costeira ou forças militares para interceptar embarcações. Nos últimos meses, os EUA deslocaram milhares de soldados e quase uma dúzia de navios de guerra para a região, incluindo um porta-aviões.
Caracas argumenta que o bloqueio “revela as verdadeiras intenções” de Trump. “O presidente dos Estados Unidos pretende impor de maneira absolutamente irracional um suposto bloqueio militar naval à Venezuela com o objetivo de roubar as riquezas que pertencem à nossa Pátria”, indicou.
Na semana passada, o republicano disse que os EUA se preparam para ações terrestres no país sul-americano. O americano afirmou que os “dias de Maduro no poder estão contados”.
A Casa Branca acusa Maduro de liderar o Cartel de Los Soles, considerado organização terrorista pelos EUA. Já a Venezuela nega a existência do grupo e classifica as acusações como “ridículas”.
Enquanto isso, há meses os EUA realizam operações militares no Caribe. O governo Trump vem realizando ataques contra embarcações suspeitas na região, que dize pertencerem ao narcotráfico. Os ataques começaram em setembro e já deixaram cerca de 100 pessoas mortas.
Fonte: UOL.
