Irã exibe armamentos sofisticados e novo sistema antiaéreo Bavar 373 em meio à mais recente escalada de tensões no Oriente Médio.
Em maio deste ano, a Marinha norte-americana enviou para o Oriente Médio um poderoso agrupamento aeronaval de ataque, formado por um porta-aviões e respectivos navios de escolta. O contingente fez soar os alarmes no Irã.
Em resposta, o Exército iraniano vem desenvolvendo um ambicioso projeto de modernização de suas Forças Armadas. Nesta quinta-feira (3), o Irã revelou cinco novos equipamentos militares nacionais, incluindo o veículo blindado leve Rueentan e o robô inteligente Heydar 1.
Durante o evento, responsáveis oficiais do exército enalteceram o veículo blindado Rueentan, desenvolvido para proteger os soldados no campo de batalha ou contra ataques terroristas. Dentre as vantagens do Rueentan estão a sua agilidade e a sua alta resistência contra balas de núcleo de aço.
As Forças Terrestres do Exército do Irã revelaram cinco novos equipamentos militares nacionais, incluindo um drone de reconhecimento e um veículo blindado de combate.
O robô conectado em rede Heydar 1, por sua vez, é um veículo com tração nas seis rodas que pode transportar cargas, girar em 360 graus e detectar obstáculos em seu caminho.
Os altos responsáveis oficiais também aprovaram o drone Farpad, projetado para reconhecimento e reação rápida. O veículo aéreo não tripulado é equipado com piloto automático e é capaz de tirar fotos permanentemente.
O lançamento do material ocorreu algumas semanas depois de o Irã exibir o seu novo sistema de defesa antiaérea sofisticado chamado Bavar 373, uma versão iraniana do sistema russo S-300.
O Bavar 373 é um sistema de defesa antiaérea móvel de longo alcance, com alcance máximo de 200 km, capacidade de lançar vários tipos de mísseis e altitude máxima de até 27 km.
Situação regional tensa e sem previsão de melhora
O sistema de defesa antiaérea é apenas um dos vários exemplos do material recente do Exército iraniano. Novos drones e mísseis também estão incluídos no processo que se seguiu à decisão dos EUA de enviar um grupo aeronaval para a região como uma “mensagem direta” para Teerã.
O envio americano foi uma resposta à decisão iraniana, em 8 de maio, de suspender algumas de suas obrigações no âmbito do acordo nuclear de 2015. A decisão iraniana foi anunciada exatamente um ano após a retirada unilateral dos EUA do acordo.
Em junho, o Irã declarou haver abatido um drone espião norte-americano que sobrevoava o estreito de Ormuz. Washington rebateu, declarando que o drone se encontrava sobre águas internacionais.
Em julho, o Reino Unido capturou um navio-tanque iraniano no estreito de Gibraltar. O país alegou que o cargueiro levaria petróleo à Síria, em violação ao regime de sanções da União Europeia. A ação inglesa desencadeou uma série de capturas de navios-tanque, desestabilizando as rotas marítimas e o mercado de petróleo, do qual depende a economia iraniana.
As tensões regionais se intensificaram ainda mais em função dos ataques às refinarias de petróleo sauditas em 14 de setembro. Os militantes houthis, que lutam contra uma coalizão liderada pela Arábia Saudita no Iêmen, reivindicaram a autoria dos ataques. A Arábia Saudita e os Estados Unidos, no entanto, acusam o Irã pelo ocorrido. O Irã nega, mas declara que o ataque é um ato de legítima defesa por parte dos militantes houthis.
Fonte: Sputnik.