Segundo a imprensa síria, tropas leais ao presidente Bashar al Assad chegarão à região até a próxima terça (15) para proteger as cidades de Manbij e Kobane, ambas controladas pelas Forças Democráticas da Síria (SDF), coalizão majoritariamente curda que é alvo da incursão turca.
O objetivo é evitar que Ancara conquiste localidades estratégicas na região. A ofensiva acontece em aliança com o Exército Nacional Sírio (antigo Exército Livre da Síria), grupo rebelde que é treinado, equipado e financiado pela Turquia.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram integrantes dessa facção executando curdos civis. Entre as vítimas está uma conhecida ativista pelos direitos das mulheres, Hevrin Khalaf, morta a tiros junto com seu motorista em uma rodovia.
“Khalaf foi tirada de seu carro durante um ataque apoiado pela Turquia e executada pelas milícias mercenárias apoiadas por Ancara”, diz uma nota divulgada pelo braço político das SDF. Funcionários do governo dos EUA confirmaram a autenticidade das imagens que mostram o massacre de civis na Síria.
“Essa é uma clara prova de que o Estado turco continua com sua política criminosa contra civis desarmados”, acrescenta o comunicado das forças curdas. Até o momento, cerca de 130 mil pessoas já foram obrigadas a fugir de suas casas, segundo as Nações Unidas (ONU), que temem que o número de deslocados chegue a 400 mil.
Fuga
As autoridades de Rojava também anunciaram a fuga de cerca de 800 apoiadores do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) de um campo para pessoas deslocadas no nordeste da Síria.
Segundo o governo local, os jihadistas, sobretudo estrangeiros, estavam em um centro de detenção em Ayn Issa, cerca de 35 quilômetros ao sul da fronteira turca, e escaparam após atacar os portões do local.
O campo abriga aproximadamente 12 mil pessoas, incluindo mil mulheres e filhos de combatentes estrangeiros do Estado Islâmico. “O campo de Ayn Issa está agora sem controle”, disse um porta-voz dos curdos. A região é controlada pelas SDF, coalizão que foi a principal aliada dos Estados Unidos na guerra contra o EI na Síria.
Trump, no entanto, decidiu retirar as tropas americanas da região e abriu caminho para a operação militar da Turquia. Ancara alega que seu objetivo é combater as Unidades de Proteção Popular (YPG), que integram as SDF e são consideradas um grupo “terrorista” pelo governo turco.
A comunidade internacional teme que o conflito abra espaço para o Estado Islâmico recuperar territórios na Síria.
Fonte: ANSA.