Atingindo uma altura de 2.814 metros, o Monte Hermon está situado na parte mais a Nordeste de Israel. O cume da montanha percorre a fronteira entre o Líbano e a Síria, com a parte Sul da montanha descendo sobre os Montes Golã.
Nos dias atuais os israelitas pensam no Monte Hermon em termos de resort para esquiar, uma vez que na maior parte do ano o monte está coberto de neve, no entanto, imagens recentes de militares israelitas no topo do Monte do lado sírio fizeram manchetes nos dias a seguir à queda do regime de Assad na Síria.
A força de elite Shaldag da força aérea israelita alcançou o lado sírio do topo do monte e instalou ali tropas visando a criação de uma “zona tampão” defensiva que inclui o posto de Jabal al-Sheikh no pico do Monte Hermon. Os comandos israelitas encontraram esses postos militares desertos e não enfrentaram qualquer resistência devido ao colapso e retirada do exército sírio.
Durante a sua visita aos Montes Golan no passado Domingo, o primeiro-ministro Netanyahu declarou: “Este é um dia histórico nos anais do Oriente Médio” E acrescentou: “Estamos a agir prioritária e primeiramente para assegurar as nossas fronteiras. Esta área foi definida há quase 50 anos como uma zona tampão sob o Acordo de Desligamento de 1974 que agora colapsou. As forças sírias abandonaram os seus postos.”
O primeiro-ministro explicou: “Conjuntamente com o ministro da Defesa e com o total apoio do gabinete, dei ontem instruções às IDF para assumirem o controle da zona tampão e das posições dominantes próximas. Não permitiremos que qualquer força hostil estabeleça uma presença na nossa fronteira. Estamos ao mesmo tempo a procurar uma política de boa vizinhança, a mesma abordagem que mantivemos quando montámos aqui um hospital de campanha que tratou milhares de sírios feridos durante a guerra civil. Centenas de crianças sírias nasceram aqui em Israel.”
PONTO ESTRATÉGICO
Devido à altura da montanha da qual se pode observar Israel, o Líbano e a Síria, a cimeira é um ativo estratégico para observação e defesa. É dali que Israel conseguirá observar qualquer ameaça terrestre da parte dos seus inimigos.
LUGAR SAGRADO
Para além de ser um ativo militar, o Monte Hermon tem mantido uma importância sagrada ao longo de milênios, sendo mencionado 15 vezes na Bíblia. Sabemos pela Bíblia que este monte também se chamava Sirion e Senir (Livro do Deuteronómio 3.9), mais provavelmente em referência aos diferentes picos da mesma montanha. O Livro de Josué descreve como os israelitas conquistaram o território até ao Monte Hermon (incluído), representando a fronteira Norte de Israel, tal como hoje acontece.
O Monte Hermon é também referido na literatura bíblica poética, três vezes nos Salmos como uma fonte de alegria e de esperança, aparecendo também nos Cantares de Salomão. A referência mais famosa encontra-se no Salmo 133 no contexto do amor fraterno e da unidade que atrai a bênção de Deus.
LIVRO DE ENOQUE
O antigo livro apócrifo judeu “Livro de Enoque”, citado em Tito 1.12 e Judas 1.14 e 15, descreve o Monte Hermon como sendo o lugar onde os anjos rebeldes vieram à terra para tomarem mulheres para si, cujos descendentes eram conhecidos como nefilins, tal como descrito em Génesis 6.
Enoque 6.6: “E eles eram um total de duzentos, que desceram (nos dias) de Jared na cimeira do Monte Hermon, e eles chamaram-no Monte Hermon, porque tinham jurado e ligado entre si através de imprecações mútuas sobre ele.”
JESUS NO MONTE HERMON
Cesareia Filipe, no sopé do Monte Hermon, é o local mencionado por Jesus em Mateus 16 como “portões do inferno.” Dominava ali a adoração pagã, em particular da divindade grega Pan, e era um viveiro de actividade pagã, um autêntico portão de entrada para o submundo. Foi aqui que Jesus disse a Pedro que até mesmo “os portões do inferno” não prevaleceriam contra a Igreja que Ele estava edificando, dando assim esperança de que o bem pode prevalecer até mesmo no mais tenebroso dos lugares.
A palavra Hermon tem conotações de santidade. Ela deriva da raíz hebraica que pode significar devotado, ou empregue para propósitos sagrados. Pode também significar proibido, amaldiçoado, ou mesmo destruído, como por exemplo quando Deus instruiu Israel a “como te ordenou” para propósitos divinos, em Deuteronómio 20.17. Na História antiga parece ter tido tanto boas como más conotações.
Tal como têm sido expressas esperanças de que possa reinar uma “boa vizinhança” entre Israel e a Síria, a situação de mudanças repentinas pode cair para qualquer um dos lados. Oremos para que não, e que prevaleça o sentimento de fraternidade expresso no Salmo 133!