A Mauritânia é completamente dominada pelo islamismo. A influência e proeminência de versões mais austeras e intolerantes do islã tornaram-se cada vez mais visíveis na Mauritânia. A atividade e ajuda de países árabes da região do Golfo têm sido significativas neste processo. Os cristãos constituem apenas uma fração muito pequena da população.
A média de pressão aos cristãos permanece muito alta. O motivo para isso é o aumento da pressão em todas as esferas da vida, principalmente pelo enrijecimento das leis de blasfêmia e apostasia, e pelo acesso a mais informações sobre a condição dos cristãos no país. A pontuação para violência caiu um pouco em relação ao ano anterior (foi de 0,5 para 0,2); entretanto, essa pontuação baixa pode ser devido à falta de relatos de incidentes no país. Veja em detalhes a pontuação do país na Lista Mundial da Perseguição 2020.
Embora os níveis de pressão sejam muito altos ou extremos, a pior situação está na vida privada e família. Isso reflete a enorme pressão com que os convertidos precisam lidar. Na cultura tribal da Mauritânia, deixar o islamismo não é apenas uma traição religiosa, mas também à tribo e família. É compreensível que em tal cultura não haja espaço para que alguém seja batizado ou tenha um casamento ou funeral cristão.
Nesta sociedade nômade onde a interdependência comunitária e a família extensa são necessárias para a sobrevivência, os convertidos enfrentam um enorme desafio para manter a fé cristã oculta. O ódio e os falsos estereótipos propagados contra os cristãos pelos grupos islâmicos afetam a maioria dos convertidos; eles perdem não apenas seu status na comunidade, mas também sua cidadania se a conversão se tornar de conhecimento público.
Os laços tribais e familiares são especialmente rigorosos na parte rural do país, mas mesmo na capital, Nouakchott, a pressão é alta. Grupos islâmicos radicais violentos, como a Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQIM) e o Movimento pela Unidade e Jihad na África Ocidental (MUJAO), são particularmente ativos nas regiões fronteiriças orientais do país.
Como mulheres e homens cristãos enfrentam a perseguição
Por causa da sociedade tribal, mulheres estão sujeitas à autoridade dos pais e marido. Deixar o islamismo significa desrespeitá-los e trazer vergonha à honra da família. Isso resulta em severas consequências, já que a maioria das meninas e mulheres é totalmente dependente financeiramente das famílias.
Em geral, mulheres podem facilmente receber o divórcio e a poligamia ainda é praticada. Mulheres convertidas que são divorciadas acabam sem meios de sobreviver. Em geral, a maioria das mulheres não tem escolha quanto ao casamento. Mulheres convertidas não casadas podem ser forçadas a se casar com homens muçulmanos para mantê-las sob a influência da vida familiar islâmica, além de enfrentar abuso sexual e assédio.
Quanto aos homens, se o governo não reverter a tendência dos últimos anos de excluir africanos étnicos do trabalho e forçar trabalhadores imigrantes a pagar grandes taxas para se manterem no país, muitos cristãos africanos subsaarianos serão forçados a fugir ou viver uma vida muito difícil. Essa é uma questão de direitos humanos e raciais que se espalha pelo país e atinge também os cristãos – já que muitos deles são étnicos e não descendentes de árabes. Homens convertidos trazem vergonha sobre suas famílias e podem ser excluídos, perdendo todo o respeito e status na sociedade. Eles também podem enfrentar abuso físico.
Pedidos de oração
- Ore para que a igreja na Mauritânia cresça em maturidade e para que os cristãos coloquem sua confiança somente no Senhor.
- Peça pela vida dos cristãos analfabetos, a maioria mulheres. Elas buscam a Deus com acesso limitado às Escrituras.
- Clame por iniciativas de negócios que não ajudem apenas financeiramente os cristãos, mas também busquem discipulá-los e ajudá-los a crescer espiritualmente através do trabalho.