Já se passaram quatro anos desde que o Talibã retomou o controle do Afeganistão. Desde então, as restrições só aumentam no país. Quando o Talibã assumiu o poder, o discurso era mais moderado do que no seu primeiro regime, que aconteceu entre 1996 e 2001.
Na prática, as coisas foram bem diferentes. Sob a liderança do grupo, por exemplo, garotas maiores de 12 anos não podem frequentar escolas. As Nações Unidas estimam que 1,4 milhão de mulheres e crianças afegãs estão banidas das instituições de ensino. O Talibã também fez execuções públicas, tornou ilegais as críticas ao regime político e prendeu 13 mil pessoas em um único ano por violações às regras morais.
Ser abertamente cristão é quase impossível no Afeganistão. De acordo com a Human Rights Resource, aqueles que se convertem geralmente sofrem ameaças de violência, conversão forçada ao islamismo e detenções.
“Ser um cristão secreto no Afeganistão é como caminhar na lâmina de uma faca. É uma vida cheia de incertezas e dor, mas também de força e esperança”, diz Samira (pseudônimo).
Heróis silenciosos
Depois de conhecer a Jesus, a vida de Samira mudou, mesmo em meio à repressão que as mulheres enfrentam no país. Ela conta: “Quando descobrimos e acreditamos na verdade, algo muda dentro de nós. Essa descoberta pode acontecer quando estudamos, temos algum sonho ou vemos o bom comportamento de alguém. Praticamos nossa fé escondidos, orando em silêncio e lendo a Bíblia sozinhos. Por dentro, temos a luz. Por fora, enfrentamos o medo e a escuridão. Somos heróis silenciosos”.
Para Samira, o evangelho de Mateus lembra que ela não precisa ser vista em público para que Deus veja e entenda seu sofrimento. Ela cita Mateus 6.6: “Mas, quando você orar, vá para o seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará”.
O perigo que Samira enfrenta é real. No Afeganistão, abandonar o islã por outra religião é considerado crime e há consequências. “Há muitos perigos: perseguição, rejeição da família ou da comunidade, perda do emprego ou ameaças de morte. Mesmo assim, permanecemos confiantes porque acreditamos que Jesus nos protege”, diz Samira.
Por muitas vezes, os cristãos afegãos enfrentam pressões, medo e a solidão porque não podem se reunir publicamente ou adorar juntos. A comunhão é um raro privilégio. Nessas situações, eles oram ao Senhor e se lembram de tudo que ele fez em suas vidas. Isso os ajuda a seguir firmes. Samira diz: “Mesmo que não possamos ir à igreja, nós oramos em nossos corações e em nossos quartos. É doloroso, mas Deus está conosco, assim como José na prisão ou Daniel na cova dos leões”.
Pedidos de oração
- Ore para que Deus fortaleça a igreja afegã em tempos de medo e silêncio.
- Peça para que o Espírito Santo console aqueles que se sentem sozinhos.
- Clame por segurança e proteção para os cristãos secretos.
- Peça para que mais pessoas tenham acesso à Bíblia e possam se batizar.
Os cristãos secretos não estão sozinhos
Com sua ajuda, a Portas Abertas pode continuar fortalecendo os cristãos secretos com Bíblias em países onde o acesso às Escrituras é extremamente limitado. Faça a diferença para aqueles que arriscam tudo para servir a Deus.