A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou na segunda-feira que o Irã começou a enriquecer urânio com uma terceira cascata de centrífugas IR-2m avançadas em sua planta subterrânea na cidade de Natanz, de acordo com um relatório obtido pela Reuters.
“Em 7 de março de 2021, a agência verificou […] que: o Irã começou a introduzir UF6 natural na terceira cascata de 174 centrífugas IR-2m”, afirmou a AIEA em referência ao hexafluoreto de urânio, matéria-prima das centrífugas.
“A quarta cascata de 174 centrífugas IR-2m foi instalada, mas ainda não foi alimentada com UF6 natural, a instalação de uma quinta cascata de centrífugas IR-2m estava em andamento e a instalação de uma sexta cascata de centrífugas IR-2m ainda não começou”, acrescentou a agência.
De acordo com a AIEA, essas ações de Teerã violam o Plano de Ação Conjunta Abrangente (JCPOA).
No final de fevereiro, o Irã rejeitou a possibilidade de realizar uma reunião informal com os EUA e Reino Unido, França e Alemanha para discutir formas de reativar o acordo nuclear de 2015, insistindo que Washington deve primeiro suspender todas as suas sanções unilaterais.
O governo Biden expressou repetidamente sua disposição de retornar ao acordo, embora insista que o Irã deve primeiro retomar o cumprimento total. Teerã, por sua vez, alerta que não retornará aos seus compromissos nucleares até que os EUA suspendam as sanções.
- O JCPOA foi assinado em 2015 pelo Irã e pelo Grupo 5 + 1 (Reino Unido, China, França, Rússia, EUA e Alemanha) e prevê o levantamento de uma série de sanções contra Teerã em troca de seu compromisso de não desenvolver nem adquirir armas nucleares
- O pacto limita a 3,67% a pureza físsil com que o Irã pode refinar urânio. No entanto, Teerã começou a aumentar o enriquecimento de urânio além desse limite depois que o ex-presidente Donald Trump retirou os EUA do acordo em 2018 e impôs sanções contra o país.