O estoque iraniano de urânio enriquecido em 60% aumentou 20,6 quilogramas (45,5 libras) desde fevereiro, informou a AFP na segunda-feira, citando um novo relatório confidencial da Agência Internacional de Energia Atômica.
O documento, que também foi visto pela Associated Press , revelou que Teerã acumulou 142,1 quilogramas (313,2 libras) de urânio enriquecido até 60%. Este nível de enriquecimento é apenas um passo técnico do enriquecimento de 90%, considerado adequado para armas.
De acordo com a definição da AIEA, é tecnicamente possível criar uma bomba atómica com cerca de 42 quilogramas (92,5 libras) de urânio enriquecido a 60% se o material for enriquecido a 90%.
O Irã continuou a aumentar o enriquecimento, mantendo ao mesmo tempo que o seu programa nuclear é estritamente pacífico.
Contudo, as potências ocidentais afirmam que não existe uma explicação civil credível para as atividades nucleares de Teerã. Em 2022, a AIEA emitiu um relatório dizendo que não poderia “fornecer garantias de que o programa nuclear do Irão é exclusivamente pacífico”.
De acordo com a AIEA, o stock total de urânio enriquecido do Irã é agora de 6.201,3 quilogramas (13.671,5 libras) – um aumento de 675,8 quilogramas (1.489,8 libras) em três meses.
Após reuniões com responsáveis no Irão no início deste mês, o chefe da AIEA, Rafael Grossi, disse aos jornalistas que a cooperação de Teerão com a organização tem sido “completamente insatisfatória” nos últimos meses e instou o país a adoptar medidas “concretas” para responder às preocupações.
Também houve recentes ameaças iranianas de um ataque à bomba. Em 9 de Maio, um conselheiro do Líder Supremo Ali Khamenei disse que Teerão transformará o seu programa nuclear em armas se Israel “ameaçar a sua existência”.
Há duas semanas, um legislador próximo do regime sugeriu que o país já poderia possuir uma bomba atómica, dizendo: “Na minha opinião, conseguimos armas nucleares, mas não o anunciamos”.
Washington está a frustrar os esforços europeus para apresentar uma resolução contra o regime iraniano na AIEA, informou a Reuters na sexta-feira.
Um importante diplomata europeu afirmou que os Estados Unidos estão a ter “dificuldade” em avançar com a resolução antes da reunião trimestral do Conselho de Governadores de 35 países, marcada para 3 de Junho em Viena.
O diplomata acrescentou que “nas nossas conversas continuamos a fazer tudo para os convencer”.
O Wall Street Journal citou fontes diplomáticas dizendo na segunda-feira que o governo Biden pressionou vários outros países a se absterem em uma votação de censura, dizendo que é isso que Washington fará.