O ex-presidente da Rússia Dmitry Medvedev disse nesta sexta-feira que a única maneira de Moscou garantir uma paz duradoura com a Ucrânia é reduzir as fronteiras com Estados hostis o máximo possível, mesmo que isso signifique avançar sobre a fronteira com a Polônia, membro da Otan.
Medvedev, que agora é vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, fez os comentários em uma mensagem em sua conta no Telegram exatamente no aniversário de um ano da invasão russa à Ucrânia, no que Moscou chamou de “operação militar especial” para proteger falantes de russo e garantir a sua própria segurança.
A Ucrânia diz que está se defendendo de uma guerra de agressão de estilo colonial não provocada e prometeu retomar todo o seu próprio território pela força, incluindo a Península da Crimeia, que a Rússia anexou em 2014.
Medvedev, um aliado do presidente Vladimir Putin, previu nesta sexta-feira que a Rússia sairá vitoriosa e que algum tipo de acordo frouxo encerrará os combates.
“A vitória será alcançada. Todos nós queremos que aconteça o mais rápido possível. E esse dia chegará”, disse Medvedev. Ele previu que negociações difíceis com a Ucrânia e o Ocidente se seguirão, culminando em “algum tipo de acordo”.
Mas ele disse que a resolução carecerá do que chamou de “acordos fundamentais sobre fronteiras reais” e não equivale a um pacto de segurança europeu abrangente, tornando vital para a Rússia estender suas próprias fronteiras agora.
“É por isso que é tão importante atingir todos os objetivos da operação militar especial. Reduzir ao máximo as fronteiras que ameaçam nosso país, mesmo que seja a fronteira com a Polônia”, disse Medvedev.
A Polônia compartilha longas fronteiras orientais com a Ucrânia e com a Bielorrússia, aliada da Rússia, e uma fronteira de cerca de 200 km em seu canto nordeste com o enclave russo de Kaliningrado.
Qualquer invasão nas fronteiras da Polônia colocará a Rússia pela primeira vez em conflito direto com a Otan. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu em um discurso em Varsóvia esta semana defender “cada centímetro” do território da Otan caso seja atacado.
Fonte: Reuters.