Pequim anunciou que realizará exercícios militares no mar do Sul da China durante todo o mês de março. Na semana passada, os EUA enviaram aviões de reconhecimento e navios para a região e um grupo de navios de guerra francês está a caminho.
Pequim anunciou a realização de exercícios militares em uma zona circular com raio de cinco quilômetros no mar do Sul da China, a oeste da península de Leizhou, a partir desta segunda (1º) até o dia 31 de março. Sem detalhar quais exercícios serão efetuados, o site da Administração de Segurança Marítima da China divulgou uma nota de restrição à navegação na área, sendo proibida a entrada de outras embarcações.
De acordo com analistas, o mar do Sul da China provavelmente continuará a ser foco de tensões militares e políticas, visto que a nova administração Biden deverá continuar a pressionar a China.
Pequim efetua regularmente exercícios nesta zona desde julho de 2020. As manobras ocorrem em um momento em que os Estados Unidos voltaram a realizar com frequência operações de reconhecimento nas regiões costeiras da China, bem como nas águas do mar do Sul da China.
De acordo com os dados divulgados pela Iniciativa de Monitoramento da Situação Estratégica do Mar do Sul da China, com sede em Pequim, os EUA enviaram aeronaves de reconhecimento de diferentes tipos para a região, na semana passada. Dentre elas, foram enviados um drone de reconhecimento marítimo MQ-4C, um avião espião EP-3E e uma aeronave de reconhecimento estratégico RC-135U, bem como o navio USNS Impeccable de vigilância oceânica.
Especialistas militares disseram ao Global Times que esses tipos de operações têm significado militar, pois permitem aos EUA reunir informações sobre o Exército de Libertação Popular (ELP) e áreas marítimas, incluindo a escuta de comunicações, identificar os padrões de sinais eletromagnéticos dos equipamentos chineses e implantar sonares subaquáticos para rastrear submarinos chineses.
A França também enviou um navio de assalto anfíbio e uma fragata em meados de fevereiro, que estão programados para transitar pelo mar do Sul da China duas vezes, informou o Naval News.
Analistas acreditam que os EUA estão tentando conter a China reunindo seus aliados ocidentais nesta região marítima e que isso tem mais significado político do que militar.
Uma vez que o mar do Sul da China, o estreito de Taiwan e as ilhas Senkaku/Diaoyu permanecerão como focos críticos de segurança marítima, as tropas chinesas devem melhorar a preparação para o combate, sugeriu o especialista naval Li Jie, prevendo um aumento contínuo no orçamento de defesa da China para este ano.