A coordenação entre os EUA e a Rússia para impedir a operação da Turquia contra os curdos da Síria segue em frente em meio a uma enxurrada de negociações.
Na terça-feira, 15 de outubro, o secretário de Estado dos EUA conversou com seu colega russo, assim como os dois chefes de defesa. Naquela noite, o presidente turco Recep Erdogan manteve conversas telefônicas com o presidente dos EUA, Donald Trump, e com o russo Vladimir Putin.
Putin o convidou para visitar Moscou antes do final de outubro, enquanto Trump o informou que o vice-presidente Mike Pence e o secretário Mike Pompeo chegariam a Ancara na quinta-feira, 17 de outubro. Eles viriam com o consultor de segurança nacional Robert O’Brien e enviado especial sírio James Jeffrey. Erdogan foi citado por se recusar a receber o vice-presidente, mas o líder turco, altamente volátil, retrocedeu nesse desprezo.
Muito pouco foi divulgado sobre o conteúdo dessa explosão de fios de alta tensão. As fontes do DEBKAfile descobriram que Putin alertou Erdogan que se o exército turco atacasse as forças sírias que chegaram para defender os distritos curdos contra um ataque turco, a força aérea russa interviria.
Acredita-se que Trump tenha focado seu alerta contra um ataque turco à principal cidade de Kobani, controlada pelos SDF, e seus arredores. Ele exigiu uma promessa de Erdogan de impedir que suas forças e milícias aliadas da Síria entrassem nesta cidade e interromper as tentativas de assumir o controle da estrada estratégica M4.
O líder turco exigiu como contrapartida que o presidente dos EUA garantisse que as forças sírias não muito longe de Kobani não entrariam na cidade. No entanto, como Moscou segura a mão do chicote sobre o exército da Síria, era necessário que os ministros das Relações Exteriores e da Defesa dos EUA e da Rússia conferissem isso.
Por enquanto, o SDF mantém o controle da cidade, protegido pelas forças especiais russas.
Erdogan vê seus movimentos de tropas cada vez mais contraídos pelos duros ditames vindos de Washington e Moscou. Eles estão operando em conjunto em uma situação ainda imprevisível e inflamável.
Fonte: DEBKA.