Home PestesApós três anos de negociações, OMS obtém “acordo de princípio” para prevenir futuras pandemias

Após três anos de negociações, OMS obtém “acordo de princípio” para prevenir futuras pandemias

por Últimos Acontecimentos
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Após mais de três anos de negociações, os representantes dos países-membros da OMS (Organização Mundial da Saúde) chegaram a “um acordo de princípio” neste sábado (12) para proteger melhor o mundo de futuras pandemias. Eles se reunirão na terça-feira (15), em Genebra, “para finalizar o texto” e dar a aprovação final. O documento de 30 páginas deverá ser oficialmente adotado em maio, na Assembleia Mundial da Saúde, que também ocorre na cidade suíça.

“As discussões sobre o acordo pandêmico ainda estão em andamento e os países-membros concordaram em retomá-las na terça-feira, depois de trabalhar a noite toda, sem dormir, por mais de 24 horas, sem interrupção. Agradecemos muito empenho de todos”, escreveu o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma mensagem publicada na rede X.

“Tivemos que negociar esta semana com todos os membros e a discussão foi muito construtiva e positiva. Há um desejo real de obter um acordo que realmente faça a diferença e permita prevenir, preparar e responder às pandemias”, declarou Anne-Claire Amprou, copresidente do órgão de negociação e embaixadora francesa para a saúde global.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também comemorou a decisão, que ele considera “crucial.” “Com o acordo de princípio para um tratado pandêmico, a comunidade internacional terá um novo sistema que nos protegerá melhor. Mais rápido, mais eficiente, mais unido e mais resiliente”, disse em um texto divulgado na rede social X.

Transferência de tecnologia
Em dezembro de 2021, dois anos após o início da pandemia de Covid-19, que matou direta ou indiretamente cerca de 15 milhões de pessoas no mundo, os países-membros da OMS decidiram eleborar um texto para prevenir e gerenciar melhor as pandemias.

Um dos principais pontos de divergência envolve o parágrafo 11 do texto, que define a transferência de tecnologia para a produção de medicamentos e outros insumos pelos países em desenvolvimento. Durante a pandemia de Covid-19, os países ricos monopolizaram as doses de vacinas e outros testes, em detrimento das nações mais pobres.

A transferência de tecnologia evita esse tipo de situação, propiciando uma maior autonomia dos sistemas de saúde, que se tornam menos dependentes das importações. Ela também estimula o crescimento econômico e tecnológico, a criação de empregos e promove a inovação nos países em desenvolvimento, além de reduzir os custos dos produtos e torná-los mais acessíveis para a população.

Mas vários países se opõem à ideia de transferências obrigatórias e, durante as negociações, insistiram que ela deveria ser voluntária.

Lobby da indústria

A médica Mohga Kamal-Yanni, representante da People’s Medicines Alliance, considera o texto como “um passo à frente”, mas denuncia o “intenso lobby da indústria farmacêutica”. Ela acusou “países ricos da UE, a Suíça e o Reino Unido de fazer de tudo para que o acordo não cumpra” o objetivo de saúde pública esperado pelos países em desenvolvimento.

Para o diretor-geral da Federação Internacional de Fabricantes e Associações Farmacêuticas (IFPMA), David Reddy, “os países precisam de mais tempo para ‘fazer as coisas direito’ e permitir um acordo prático, que fortaleça nossa preparação e resposta a futuras pandemias”, escreveu ele em um e-mail à agência France Presse.

As negociações ocorrem em meio a um contexto de grave crise no multilateralismo e no sistema global de saúde, provocada pelos cortes drásticos na ajuda internacional americana anunciados pelo presidente Donald Trump. Os Estados Unidos não participaram das negociações sobre o acordo pandêmico, já que Trump anunciou que o país estava deixando a organização.

Fonte: AFP.

“…e pestes…” Mateus 24:7

13 de abril de 2025.

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