A Arábia Saudita descartou formalizar as relações com Israel a menos que seja estabelecido “um Estado palestino”, após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, assegurar que a normalização das relações com Riad “acontecerá”.
“Arábia Saudita continuará seus esforços incansáveis para estabelecer um Estado palestino independente, com Jerusalém Oriental como sua capital, e não estabelecerá relações diplomáticas com Israel sem isso”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores saudita na rede social X nesta quarta-feira, 5.
Antes do ataque do Hamas no Sul de Israel, o príncipe herdeiro saudita chegou a indicar que estava “cada dia mais próximo” de um acordo que também deveria fortalecer a colaboração de segurança entre Washington e Riad.
Mas a eclosão do conflito entre o grupo islamista e Israel congelou as conversas para a normalização dos laços. Para o reino, um eventual acordo exigirá promessas sobre um futuro Estado palestino, o que não aparece nos planos do atual governo de Benjamain Netanyahu, que posterga uma conversa sobre planos futuros para Gaza. O premier já se opôs publicamente ao reconhecimento internacional de um Estado palestino, afirmando que a iniciativa “ofereceria uma enorme recompensa ao terrorismo”.
A Arábia Saudita, que abriga dois dos locais mais sagrados do Islã, nunca reconheceu Israel e não aderiu aos Acordos de Abraão negociados pelos EUA em 2020, sob os quais seus vizinhos Bahrein e Emirados Árabes Unidos estabeleceram laços formais com o Estado israelense. O governo dos EUA expressou repetidamente a esperança de um acordo de normalização com a Arábia Saudita, o que poderia mudar a maré na região.
Fonte: Exame.