De acordo com uma equipe de pesquisadores israelenses da Universidade de Tel Aviv, da Universidade Hebraica de Jerusalém e da Autoridade de Antiguidades de Israel, eles conseguiram medir o campo magnético da Terra no dia em que Jerusalém foi destruída pelos babilônios, em 586 aC, informa um estudo publicado recentemente na Plos One.
Para suas pesquisas, os cientistas usaram as evidências arqueológicas recuperadas em uma escavação realizada em um estacionamento em Givati, localizado no Parque Nacional da Cidade de David, com a qual puderam contabilizar o campo magnético terrestre predominante na época em aquela antiga cidade foi destruída.
A equipe de pesquisa analisou 54 fragmentos de uma estrutura monumental, provavelmente um prédio público ou uma casa pertencente à elite da época, que foi queimada durante um ataque ordenado pelo rei babilônico Nabucodonosor.
Como os materiais analisados ”contêm minerais magnéticos, uma vez que aquele solo foi aquecido a altíssimas temperaturas, todos eles se alinharam com o campo magnético terrestre daquela época”, então foi possível “reconstruir o campo magnético do Terra em um momento muito específico no passado”, explicou o co-autor do estudo Voav Vaknin.
🚨New Discovery in the Givati Parking Lot Excavation: Scientists have discovered the earth's magnetic field🧲 from the 9th of Av, 586 BCE – revealing the immensity of the destruction of #Jerusalem by the Babylonians🚨
📹Tadmit, Courtesy of @TelAvivUni pic.twitter.com/V4OMiTWbvV
— City of David Ancient Jerusalem (@City_of_David) August 9, 2020
Vaknin apontou que “medições magnéticas [dos restos encontrados] provaram que o prédio havia sido queimado, a uma temperatura acima de 500 °C, e que o piso, sustentado por enormes vigas de madeira, desabou durante o incêndio.”
Por sua vez, Yiftah Shalev, pesquisador da Autoridade de Antiguidades de Israel e coautor do estudo, disse que o evento arqueológico da destruição da Antiga Jerusalém “teve um grande eco no texto bíblico”.
De acordo com Shalev, o prédio escavado é um dos grandes bares que foram queimados durante a destruição de Jerusalém em 9 de Av (mês do calendário judaico) de 586 aC, um fato descrito em textos bíblicos.
Vincular a destruição de Jerusalém ao registro do campo magnético da Terra em um dia específico “é realmente extraordinário”, observou Vaknin, acrescentando que o estudo realizado pode oferecer aos cientistas pistas importantes sobre as mudanças no campo magnético em a Terra ao longo de milênios.