Pesquisadores da Autoridade de Antiguidades de Israel e da Universidade de Tel Aviv ficaram surpresos ao descobrir restos de baunilha em jarras de vinho de 2.600 anos desenterradas no Parque Nacional da Cidade de David, em Jerusalém.
Os pesquisadores estavam investigando dois edifícios destruídos pelos babilônios em 586 aC quando desenterraram os oito jarros. Eles remontam ao reinado do rei bíblico Zedequias, que governou o reino de Judá quando os babilônios destruíram Jerusalém e exilaram os judeus.
Usando testes químicos, os pesquisadores identificaram restos de moléculas de baunilha preservadas nos pequenos espaços nas laterais dos vasos de cerâmica.
Em um estudo recente publicado no PLOS ONE, os cientistas escrevem que a baunilha não era conhecida no Oriente Médio antes de Colombo navegar para as Américas em 1492.
A estudante de doutorado da Universidade de Tel Aviv, Ayala Amir, que conduziu a pesquisa nos laboratórios do Instituto Weizmann e da Universidade Bar-Ilan, disse que os “marcadores de baunilha foram um achado incomum”.
Os cientistas acreditam que a baunilha, considerada um luxo, pode ter vindo da Índia por meio de uma rota comercial internacional que cruzou o Negev durante o século VII aC.
Nas alças de alguns dos jarros havia uma impressão de selo em forma de roseta, indicando que o jarro e seu conteúdo faziam parte da administração real do reino de Judá. O número de frascos indica a importância econômica do vinho, disseram os cientistas.
Ortal Chalaf e Joe Uziel, diretores da escavação em nome da Autoridade de Antiguidades de Israel, disseram que os potes ajudarão a revelar o que as pessoas comiam e bebiam antes da destruição de Jerusalém pela Babilônia.
“Os frascos abriram uma janela para nós”, disseram os cientistas.