A fronteira entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul é cercada por densas cercas de arame farpado e centenas de postos de guarda. Mas, espalhado entre eles, há algo ainda mais incomum: alto-falantes gigantes, camuflados em verde.
Enquanto eu observava o Norte numa tarde do mês passado, um dos alto-falantes começou a tocar músicas pop sul-coreanas em volume alto, intercaladas com mensagens subversivas.
“Quando viajamos para o exterior, isso nos energiza”, ecoou uma voz feminina do outro lado da fronteira — uma provocação óbvia, já que os norte-coreanos não têm permissão para sair do país.
Do lado norte-coreano, eu podia ouvir de longe uma música de propaganda militar, enquanto seu o regime tentava abafar as transmissões inflamatórias.
Tecnicamente, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul ainda estão em guerra e, embora já tenham se passado anos desde que um dos lados atacou o outro, os dois lutam em uma frente mais sutil: uma guerra de informação.
O Sul tenta enviar informações ao Norte, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, tenta a todo custo bloqueá-las.
A Coreia do Norte é o único país do mundo onde a internet ainda não se difundiu plenamente. Todos os canais de TV, estações de rádio e jornais são administrados pelo Estado.
“A razão para esse controle é que grande parte da mitologia em torno da família Kim é inventada. Muito do que eles contam às pessoas são mentiras”
Expor essas mentiras a um número suficiente de pessoas pode fazer com que o regime caia. É isso que pensa a Coreia do Sul.