Mahmoud Abbas disse que a Autoridade Palestina está engajada em um “diálogo construtivo” para retomar os laços plenos com os EUA, que estão congelados desde 2017.
Em seu discurso na 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta sexta-feira (24), o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, exigiu que Israel retornasse às fronteiras pré-1967 ou enfrentaria as consequências.
“Se as autoridades de ocupação israelense continuarem a consolidar a realidade de um Estado de apartheid como está acontecendo hoje, nosso povo palestino e o mundo inteiro não tolerarão tal situação […]. As circunstâncias no terreno vão inevitavelmente impor direitos políticos iguais e plenos para todos na terra da Palestina histórica, dentro de um Estado”, disse Abbas em um vídeo pré-gravado e citado pela agência Jewish News Syndicate.
Ao longo de seu discurso, o líder da ANP condenou o que acusou de “padrões duplos” aplicados aos palestinos, mas não a Israel. Como exemplo, ele citou livros didáticos palestinos, que os críticos acusaram de incitar à violência contra civis israelenses e glorificar terroristas declarados.
“Temos que explicar e justificar o que aparece em nossos materiais educacionais, embora explique nossa narrativa e nossa identidade nacional. Enquanto isso, ninguém exige uma revisão dos currículos e da mídia israelenses, para que o mundo possa ver o verdadeiro incitamento por parte das instituições israelenses”, comentou Abbas.
A liderança palestina acrescentou que a ANP está engajada em um “diálogo construtivo” para retomar os laços plenos com os EUA, que se encontram congelados desde 2017.
Reação de Israel
O embaixador israelense na ONU e nos EUA, Gilad Erdan, criticou o discurso de Abbas, que considerou difamatório.
“Em seu discurso na ONU, Abu Mazen [como também é conhecido Abbas] provou mais uma vez que não é mais relevante. Não é por acaso que 80% dos palestinos querem que ele deixe seu cargo […]. Mas o mais importante de tudo, ele mentiu sobre a recusa dos palestinos em fazer a paz. Aqueles que realmente apoiam a paz e as negociações não ameaçam com ultimatos delirantes da plataforma da ONU como ele fez em seu discurso”, afirmou Erdan.
Anteriormente, o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett disse que seu governo não permitirá o estabelecimento de um Estado palestino: “Eu me oponho a um Estado palestino, acho que seria um erro terrível”.