Tendo acusado sem fundamento o Irã de planejar o recente ataque mortal à base militar dos EUA na Jordânia, Joe Biden e sua equipe estão supostamente considerando um ataque secreto contra Teerã ou funcionários do país, de acordo com a Bloomberg. Em entrevista à Sputnik, um especialista em assuntos internacionais analisa o caso.
O ataque com drones no fim de semana que deixou três soldados estadunidenses mortos e 34 feridos está aumentando a pressão sobre Biden antes das eleições presidenciais de 2024, de acordo com a imprensa dos EUA. A administração Biden jogou a culpa sobre Teerã, não apresentando evidências para apoiar suas declarações.
“Um ataque direto ao Irã abrirá a ‘Caixa de Pandora'”, disse à Sputnik o professor Hossein Askari, analista político e professor emérito de negócios e assuntos internacionais da Universidade George Washington.
“Se o ataque foi de milícia iraquiana que o Irã apoia, então um ataque dos EUA à milícia afetará as relações com o Iraque, que já se opôs a outras respostas dos EUA às milícias e está envolvido em negociações para os EUA saírem do Iraque. É um ano eleitoral nos EUA e há muita pressão sobre Biden para ser ‘duro’ com o Irã”, observa o analista político.
Segundo Askari, Biden está entre a cruz e a espada: não importa o que ele faça, é provável que seja alvo de fortes críticas por ser muito fraco ou escalar o conflito.
“Um ataque dentro do Irã, sem dúvida, ampliaria a guerra, com o final do jogo se tornando ainda mais sombrio e [um ataque] dentro do Iraque prejudicando ainda mais as relações entre EUA e Iraque”, frisou o professor.
Ele acredita que mesmo assim Biden vai atacar, e que o ataque vai pôr mais lenha na fogueira uma vez que Teerã está “ainda procurando vingança ao assassinado do general Soleimani e do líder da milícia iraquiana, Abu Mahdi al-Muhandis”.