Os ataques dos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã não destruíram o programa nuclear do país e provavelmente apenas o atrasaram por alguns meses, segundo um relatório preliminr da inteligência do Pentágono.
Fontes familiarizadas com a análise da Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em inglês) disseram à CBS, parceira da BBC nos EUA, que o estoque de urânio enriquecido da República Islâmica não foi eliminado nos bombardeios de sábado (21/6).
Os Estados Unidos atacaram três instalações nucleares no Irã — Fordo, Natanz e Isfahan — com bombas “bunker buster”, capazes de penetrar 18 metros de concreto ou 61 metros de terra antes de explodir.
A Casa Branca afirmou que a avaliação inicial dos danos está “totalmente errada” e representa “uma tentativa clara de menosprezar” o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Imediatamente após o ataque, Trump declarou que os ataques aéreos “aniquilaram completa e totalmente” as instalações de enriquecimento nuclear do Irã e tem repetido a declaração.
Mas fontes familiarizadas com a avaliação de inteligência do Pentágono afirmam que as centrífugas do Irã permanecem, em grande parte, “intactas” e que o impacto se limitou a estruturas em superfície.
As entradas de duas instalações nucleares ficaram bloqueadas, e parte da infraestrutura foi destruída ou danificada.
Fontes disseram à imprensa dos EUA, em condição de anonimato, que a estimativa é de que o ataque atrasou o programa nuclear iraniano “por alguns meses, no máximo”, e que uma eventual retomada pode depender do tempo que o país levará para escavar e fazer os reparos.
Fontes também confirmaram à CBS que parte do estoque de urânio enriquecido do Irã foi transferido antes dos ataques, segundo a avaliação de inteligência.
A bomba norte-americana Massive Ordnance Penetrator (MOP), de 13,6 mil kg, era considerada a única arma capaz de destruir as instalações subterrâneas de enriquecimento de urânio do Irã.
Fonte: BBC.