O Instituto de Pesquisa para a Paz Internacional de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês) alerta para a existência de uma corrida armamentista entre as potências nucleares, embora admita que a situação não é tão grave como foi durante a Guerra Fria.
O número de armas nucleares implantadas em unidades operacionais e mantidas em alerta máximo é de aproximadamente duas mil ogivas, afirmou o SIPRI.
Desde o fim da Guerra Fria, os arsenais nucleares do mundo foram reduzidos, mas esta tendência parece ter terminado, ressaltou.
“Esta é uma nova tendência significativa, que todos os países devem ver como um alerta: certamente devemos ter cuidado para não retomar algum tipo de corrida armamentista entre as potências nucleares”, afirmou à emissora sueca SVT Hans Kristensen, pesquisador do SIPRI.
Entre 2020 e 2021, a quantidade de ogivas em depósitos nucleares militares aumentou em aproximadamente 300.
Atualmente, aproximadamente duas mil armas nucleares em torno do mundo estão em alerta máximo, sendo que a maioria destas armas faz parte dos armamentos norte-americanos e russos, afirmou o SIPRI.
O aumento das ogivas nucleares ocorreu principalmente por meio da implantação de mísseis balísticos intercontinentais baseados em terra e mísseis balísticos baseados em submarinos.
Além da Rússia e dos EUA, outros sete países com armas nucleares também estão desenvolvendo ou implantando novos sistemas de armas ou têm planos de desenvolvê-los, como é o caso do Reino Unido, que elevou o teto planejado do orçamento para armas nucleares de 180 para um máximo de 260 unidades.
A China e a Coreia do Norte também seguem modernizando e expandindo o estoque de armas nucleares.
A probabilidade de um país utilizar armas nucleares em uma eventual guerra aumentou, avaliaram os especialistas do SIPRI.
“Tudo isso mostra que está sendo aberto um caminho para a potencial utilização de armas nucleares. Acreditamos que o risco e a probabilidade estão aumentando. Vemos que os países não estão apenas expandindo seus arsenais de armas, mas, quando modernizam suas forças, atribuem maior importância às armas nucleares em sua estratégia militar”, afirmou Kristensen.
Apesar da declaração, Kristensen enfatizou que a situação não tem a mesma tensão que teve durante a Guerra Fria.
Os arsenais totais dos nove países que possuem armas nucleares (EUA, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte) foram estimados no início de 2021 em 13.080 ogivas, o que indica uma redução, já que, no início de 2020, este número era de aproximadamente 13.400 ogivas.