Peter Dutton, ministro da Defesa australiano, avisou que Pequim pode usar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia como “distração” para iniciar seus “próprios atos de agressão” enquanto milhares de tropas americanas vão chegar proximamente à Austrália.
Em discurso nesta quarta-feira (16), o ministro disse que Camberra e Washington estavam “em sintonia no nosso compromisso com a estabilidade regional”, antes de declarar que a China poderia usar o conflito ucraniano com “distração útil e uma oportunidade de realizar seus próprios atos de agressão e coerção”.
“Essa ameaça provém principalmente de Pequim, que tem suas ambições territoriais abertamente declaradas, e que recentemente entrou em uma parceria de cooperação ‘sem limites’ com o Kremlin”, alegou.
Durante seu discurso, Dutton também afirmou que Moscou “procurou por muito tempo usar a Internet como um meio para travar uma guerra assimétrica na era pós-soviética”, e avisou que se a Rússia tiver sucesso em seu conflito com a Ucrânia, então “todas as nações livres enfrentarão um futuro mais sombrio“.
Os comentários do ministro australiano ocorreram em meio aos relatos de que milhares de soldados norte-americanos deveriam chegar à Austrália neste ano, inclusive – pela primeira vez – 250 tropas das Forças Armadas dos EUA.
O ministro da Defesa australiano acusou várias vezes a China de “acumular armas nucleares” e “militarização”. Neste mês, Dutton se recusou a descartar que a Austrália venha a armar Taiwan contra a China e disse que o governo australiano está trabalhando para receber submarinos de propulsão nuclear “mais cedo” do que planejado inicialmente, ou seja, em 2040.