Dados do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia responsável por auxiliar ações de enfrentamento de emergências climáticas, apontam que o Brasil está passando pela pior estiagem de sua história recente.
Obtidas pelo G1, as informações mostram que pela primeira vez a seca atinge quase a integridade do território nacional, com exceção da porção sul do país.
De acordo com os especialistas, alguns motivos explicam o momento extremo, como a ocorrência do El Niño, que aqueceu o oceano Pacífico e alterou o padrão das chuvas do país.
Aliado a isso, bloqueios atmosféricos não trouxeram as consequências típicas do fim do El Niño, como o avanço das frentes frias pelo país. Por outro lado, um aquecimento da porção tropical norte do Atlântico contribuiu para alterar ainda mais os padrões de chuva no país.
Medida atualmente pelo Cemaden, a série histórica possui dados que remontam desde 1950. Segundo essas informações, o fenômeno da seca no Brasil piorou a partir de 1988. Até então, a pior havia sido registrada em 2015. Esta, contudo, atingiu uma parte da região do país.
Para piorar, meteorologistas afirmam que o período de chuvas, previsto para outubro, só deve chegar em novembro deste ano e deve ser mais fraco do que o esperado.
O período de seca extrema costuma trazer graves consequências para o Brasil, desde quedas na produção das hidrelétricas devido a diminuição no níveis dos rios, como o aumento nos incêndios florestais.
A seca dos rios traz também uma grave consequência social: o isolamento de cidades no Norte, onde os rios são mais utilizados como meio de ligação entre os municípios.